Na agitação pré-Oscar, o estilista Bailey Moon estava se preparando para vestir uma celebridade, quando um azulejo decorativo caiu bem na hora da saída. Experiente em improvisações, Moon rapidamente pegou a cola quente.
No entanto, enquanto tentava segurar o vestido de sua cliente, a peça acabou grudadinha na roupa. Ele se via agora, elegantemente acomodado em um carro, lutando para se libertar antes do tapete vermelho.
Farejando o sucesso, ele escapuliu da armadilha antes do evento, mas a adrenalina do momento não foi nada agradável. “Meu objetivo é evitar essa atmosfera caótica”, afirma Moon, que faz mágica com as vestimentas de estrelas como Cristin Milioti, Diane Lane e o casal de atores Rebecca Hall e Morgan Spector. Além disso, ele também está envolvido com figuras da política, como a Dra. Jill Biden. “Alguns estilistas amam a adrenalina das situações de emergência. Eu, francamente, recuso essa pressão”, revela.
Contudo, ele observa, “as coisas têm uma tendência a se desenrolar fora do planejado”.
Esse é o dia a dia dinâmico e muitas vezes caótico do styling de celebridades. Os looks reluzentes à vista são apenas uma parte da equação. Nos bastidores, há um mar de compromissos e logística: e-mails, chamadas, viagens em LA ou Nova York, negociações difíceis e uma quantidade interminável de malas recheadas com roupas que desafiam a lógica humana. E à medida que a maior noite de Hollywood se aproxima, a pressão se intensifica.
“Quando você tem um indicado ao Oscar, tudo fica ainda mais frenético”, diz Michael Fisher, estilista de talentos como Jake Gyllenhaal e Sebastian Stan, que está sendo indicado este ano. “A sequência de eventos não envolve apenas o Oscar, mas todos os compromissos anteriores – cafés, jantares e entrevistas. Cada indicação é como reiniciar um jogo e começar a parte a partir do zero novamente”.
Uma estilista anônima confessou: “Sim, já chorei. Já fui insultada também. Embora não seja comum, já cheguei a me deparar com pilhas de alta-costura no estúdio e me peguei pensando: ‘Que vida é essa?’”.
O mundo do styling de celebridades explodiu. Estilistas em ascensão podem ter remunerações significativas, mas assim como os atores, suas rendas podem diferir bastante entre projetos e clientes. Comum nos ciclos de imprensa de filmes e programas de TV, os estilistas são pagos de mil a cinco mil dólares por look, uma taxa que pode ser parcialmente arquivada pelos estúdios envolvidos. Há até os que firmam acordos para ciclos de mídia ou contratos mensais.
Nas premiações de destaque como Oscar e Grammy, estilistas renomados podem faturar cinco dígitos, com relatos de taxas acima de 100 mil dólares. Marcas costumam pagar celebridades para usar suas peças, o que pode chegar a valores de seis dígitos. Além disso, a conexão entre moda e entretenimento nunca foi tão relevante, tanto que agências como UTA e WME criaram divisões exclusivas de moda.
Essas divisões têm como alvo estilistas e designers, como Jonathan Anderson, que criaram figurinos para filmes. Além disso, ajudam a estabelecer parcerias duradouras entre marcas e talentos, como a colaboração de Zendaya com a Louis Vuitton.
Embora a temporada de prêmios seja explosiva, os estilistas não atendem apenas os superstars. Atores emergentes também procuram maximizar suas aparições no tapete vermelho. Influenciadores e novas celebridades masculinas, como Timothée Chalamet, exigem uma quantidade intensa de preparação, igual de suas colegas femininas. Diversos estilistas como Law Roach, que colabora com Zendaya, agora firmam suas próprias parcerias de marca.
Embora a pressão possa ser intensa, muitos estilistas afirmam que o trabalho é mais sobre planejamento do que drama. Fisher, por exemplo, organizou até 100 looks para Stan em um ano, montando tudo em blocos. “É possível otimizar a máquina que se forma em torno do talento, agindo com estratégia”.
Ter um estúdio em Nova York com dois assistentes em tempo integral e um espaço colaborativo em Los Angeles ajuda a acompanhar a demanda. Ele frequentemente exagera nas solicitações de vestuário, oferecendo variedade aos clientes.
Contudo, mesmo a melhor organização não pode evitar momentos de estresse e absurdidade. “Eu já vi pessoas se deitarem no chão de um SUV para não amassar um vestido”, diz Moon.
“O dia da premiação sempre é tenso”, complementa Fisher, que precisa coordenar sua equipe e talentos. Às vezes, há sorte; todos se preparam no mesmo local. Outras vezes, o que reina é a guerra do trânsito. Ele revela que já chegou a dirigir por conta própria, mas isso rapidamente se tornaria um pesadelo.
Embora geralmente estejam encarregados de vestir os clientes, os estilistas também conhecem a carga emocional que acompanham as premiações. “Trabalhei com jovens indicados que enfrentam questões emocionais no grande dia. É um momento que reflete um casamento. Um deslize pode causar uma explosão emocional. Meu papel é ser uma presença calma e estar sempre preparado para os imprevistos”.
Após as premiações e com o champanhe já servido, não se esqueça dos estilistas que, mesmo em seus melhores momentos, lidam com o pesado trabalho de devolver vestidos e preparar o próximo evento. “Recentemente, eu estava na estação 42nd Street do metrô, com duas malas de roupas, esperando o trem para o Brooklyn”, conta Moon, rindo. “Essa parte do trabalho realmente nunca para: é uma rotina sem fim. É HUSTLE. Não é glamouroso – em Ubers com malas pesadas, indo para a loja da FedEx todos os dias. Um ciclo infinito.”

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