A Nikola declarou falência, marcando o fim de uma era para a anteriormente renomada fabricante de veículos elétricos. A companhia, conhecida por suas ambições em caminhões elétricos e a hidrogênio, foi severamente afetada por vendas fracas e um escândalo de fraude que resultou na troca de CEOs.
No dia 19 de setembro, a empresa entrou com um pedido de recuperação sob o Capítulo 11 em Delaware, prevendo liquidar seus ativos. Os documentos judiciais revelam que a Nikola possui ativos entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão, enquanto seus passivos variam de US$ 1 bilhão a US$ 10 bilhões.
Essa solicitação marca o ocaso da luta da fabricante para equilibrar um caixa deficitário, vendas tímidas e ações em franca queda. Recentemente, a Bloomberg informou que a Nikola já considerava a falência, reconhecendo os esforços para levantar capital.
Na manhã do pedido, as ações da Nikola despencaram 54%, antes do início das negociações na Bolsa de Nova York, tendo acumulado uma queda de 97% em apenas um ano.
A trajetória da empresa foi marcada por turbulências desde sua entrada no mercado em 2020, quando se tornou pública por meio de um acordo com uma empresa de aquisição de propósito específico. No entanto, o inequívoco exagero das capacidades do caminhão de estreia, dirigido por seu fundador Trevor Milton, foi rapidamente revelado, conduzindo a uma série de eventos que culminaram na sua demissão e subsequente condenação por fraudes.
Nos últimos anos, a Nikola enfrentou sérios problemas de fluxo de caixa, além de uma demanda abaixo do esperado e frequentes mudanças em sua liderança. Em 2023, a empresa também teve que recolher caminhões elétricos devido a incidentes de incêndio nas baterias, o que resultou em uma suspensão temporária das vendas.
O CEO Steve Girsky, ex-analista do Morgan Stanley e executivo da General Motors, liderou esforços para captar novos recursos e explorar alternativas estratégicas nos últimos tempos, conforme relatado pela Bloomberg.
Crise na Indústria
A falência da Nikola evidencia a dura realidade do setor de veículos elétricos, que ainda está lutando para superar altos custos, infraestrutura de carregamento inconsistente e um interesse morno dos consumidores.
Outras fabricantes enfrentaram destinos semelhantes, como a Fisker, que pediu falência sob o Capítulo 11 em junho, e a Canoo, que optou pelo Capítulo 7 em janeiro. Além disso, o fabricante sueco de baterias Northvolt também solicitou proteção contra falência nos EUA.
A Nikola busca agora autorização para iniciar um processo de leilão para a venda de ativos, garantindo que cumprirá suas obrigações com os funcionários, mantendo um caixa de US$ 47 milhões.
Em seu auge, o valor de mercado da Nikola atingiu impressionantes US$ 29 bilhões logo após a estreia nas negociações, mas caiu para menos de US$ 100 milhões antes do pedido de falência.

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