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Nigel Farage se lança em eleição e pode dividir os votos conservadores

Farage promete uma revolta política, ameaçando o comando de Rishi Sunak sobre os conservadores na eleição britânica.

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Nigel Farage, o famoso “arquiteto do Brexit”, acaba de anunciar sua candidatura pelo partido Reform UK nas eleições gerais britânicas marcadas para 4 de julho. Esta jogada não só agita o cenário eleitoral, mas também intensifica a luta de Rishi Sunak para manter o partido Conservador no poder.

“Estou convocando uma revolta política”, disparou Farage em uma “entrevista coletiva de emergência” realizada em Londres. Ele se apresentará como candidato em Clacton, uma cidade costeira no leste da Inglaterra conhecida pelo forte apoio a políticos de direita.

A entrada de Farage altera drasticamente o contexto eleitoral, colocando Sunak em uma posição ainda mais delicada. O primeiro-ministro estava fazendo esforços para reter os eleitores conservadores tradicionais, que podem agora se sentir atraídos pela proposta de Farage.

Atualmente, os Conservadores enfrentam uma desvantagem crítica, com o Partido Trabalhista liderando em mais de 20 pontos, segundo dados recentes da Bloomberg. A fragmentação do eleitorado pode complicar ainda mais a tarefa de Sunak.

Enquanto Sunak luta para garantir apoio dentro da direita, o líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, está se posicionando para conquistar os eleitores mais centristas.

Além de seu lançamento como candidato, Farage também assume a liderança do Reform UK, sucedendo Richard Tice, que fez o anúncio pouco antes do início da coletiva.

“Esta eleição precisa de um pouco de pimenta”, afirmou Farage, crítica a sua campanha como a “mais monótona” que já enfrentou.

Às vésperas de completar 60 anos, Farage, que já tentou – sem sucesso – ganhar um assento no Parlamento por sete vezes, mantém uma influência significativa nas questões políticas britânicas. Apesar de seus planos iniciais de se concentrar em ajudar Donald Trump a retornar ao cargo nos EUA, a convocação de uma votação antecipada apanhou Farage de surpresa.

Os Conservadores, cientes da importância da figura de Farage, tentaram, nos últimos dias, tirar proveito de sua ausência, prometendo medidas como o retorno do alistamento obrigatório para jovens, garantias fiscais para aposentados e a reforma da Lei da Igualdade, focando na definição de “sexo” para “sexo biológico”.

No entanto, as pesquisas não mostram nenhuma mudança significativa, e a entrada de Farage a esta altura pode representar um golpe considerável para os Conservadores. O político projeta obter mais de 4 milhões de votos, superando os 3,8 milhões que conquistou em 2015 com o UKIP, de onde saiu apenas um assento – precisamente em Clacton.

Uma pesquisa recente da Survation revelou que os Conservadores poderiam liderar em Clacton, mas quando Farage foi apresentado como candidato, o apoio a ele disparou, fazendo com que os eleitores considerassem a possibilidade de elegê-lo em vez do atual conservador, Giles Watling.

O prospecto de Farage liderando a corrida em Clacton não é o que os Conservadores esperavam, especialmente após suas declarações sobre a eleição americana.

“Decidi mudar de ideia”, declarou Farage. “É permitido, você sabe. Isso pode ser um sinal de força, não fraqueza.”

Farage também não esconde sua ambição de desestabilizar o Partido Trabalhista, embora reconheça que Starmer sairá vitorioso. “Sim, ele vai ganhar, mas faremos com que sua porcentagem de votos seja muito menor”, afirmou.

A batalha contra o conservadorismo não é nova para Farage, que ficou a menos de 6 pontos percentuais da vitória em South Thanet nas eleições gerais de 2015, com 32,4% dos votos.

Com uma longa trajetória no Parlamento Europeu, Farage foi uma figura central durante a campanha do Brexit ao lado do ex-primeiro-ministro conservador Boris Johnson, ambos defensores da saída do Reino Unido da União Europeia.

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