Política
Nicola Sturgeon, ex-premiê escocesa, é presa em investigação financeira do SNP
Sturgeon é presa sob suspeita de desvio de £ 600.000 de doações do SNP, gerando crise no partido. A independência escocesa está em jogo.
Nicola Sturgeon, a ex-primeira-ministra da Escócia que se destacou na luta pela independência, foi presa em meio a uma investigação que envolve as finanças do Partido Nacional Escocês (SNP). Este evento ocorreu meses após sua renúncia, trazendo à tona questões sérias sobre a transparência financeira do partido.
A polícia escocesa confirmou a prisão, relatando também que uma mulher de 52 anos, supostamente associada à investigação, foi detida. Peter Murrell, o marido de Sturgeon e ex-diretor executivo do SNP, já havia sido preso, intensificando as preocupações sobre a gestão financeira do partido.
A investigação gira em torno da possibilidade de que £ 600.000 (aproximadamente US$ 754.000) em doações destinadas a apoiar a campanha pela independência escocesa possam ter sido desviadas para outros fins. Sturgeon liderou o SNP e o governo escocês desde 2014, até sua saída repentina em fevereiro deste ano.
Embora a investigação ainda esteja em andamento e ninguém tenha sido formalmente acusado, a prisão de Sturgeon marca um momento crítico para o SNP, uma figura central que moldou a política escocesa e teve um impacto profundo nas eleições em todo o Reino Unido.
Nos últimos anos, ela se destacou como uma das políticas mais influentes da Grã-Bretanha, enfrentando líderes conservadores em assuntos cruciais, que vão desde austeridade, Brexit e a gestão da pandemia. Sua saída se deu em um contexto em que lutava para pressionar Londres a realizar um novo referendo sobre a independência, sem sucesso.
A turbulência atual coloca seu sucessor, Humza Yousaf, sob considerável pressão para restaurar a unidade no SNP, em meio a uma disputa interna que provocou divisões. O futuro do partido e suas chances nas próximas eleições gerais são incertos.
No Parlamento escocês, Yousaf traçou um ‘novo começo’ para o SNP em um discurso realizado em 18 de abril, prometendo focar na redução da pobreza e na criação de oportunidades através de políticas de carbono zero.
De acordo com John Curtice, professor de política na Universidade de Strathclyde, os problemas enfrentados pelo SNP podem abrir espaço para o Partido Trabalhista, principal oponente dos conservadores no Reino Unido, que busca recuperar popularidade na Escócia antes das eleições gerais de janeiro de 2025.
Nas eleições de 2019, enquanto o conservador Boris Johnson garantiu uma maioria em Westminster, o SNP conseguiu conquistar 48 dos 59 distritos escoceses. Apesar das turbulências, o SNP ainda liderava as pesquisas na Escócia após a saída de Sturgeon e a revelação da investigação. Uma pesquisa da Survation, realizada entre 29 de março e 3 de abril, indicou que o SNP estava pelo menos oito pontos à frente do Trabalhismo nas intenções de voto.
Este não é o primeiro escândalo que o SNP enfrenta. Em março de 2021, Sturgeon se envolveu em uma controvérsia com seu predecessor, Alex Salmond, em meio a acusações de assédio sexual. Apesar dos desafios, ela conseguiu reconquistar apoio nas eleições parlamentares escocesas dois meses depois, utilizando esse mandato para aumentar sua pressão por um novo referendo sobre a independência.
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