Na quarta-feira (9), o mercado de ações mostrou uma recuperação impressionante, após o presidente Donald Trump anunciar uma reversão surpreendente nas tarifas. A euforia tomou conta de Wall Street!
O S&P 500 teve um salto extraordinário de 9,52% em uma reação imediata ao anúncio de Trump, que suspendeu por 90 dias algumas tarifas “recíprocas”. Essa alta é a terceira maior desde a Segunda Guerra Mundial, conforme reportado pela FactSet.
O Dow Jones Industrial Average também não ficou para trás, subindo 2.962,86 pontos (ou 7,87%), alcançando seu maior avanço desde março de 2020.
O destaque do dia foi o Nasdaq Composite, que disparou incríveis 12,16%, registrando sua maior alta em um único dia desde janeiro de 2001 e tornando-se o segundo melhor dia de todos os tempos.
Gina Bolvin, presidente do Bolvin Wealth Management Group, expressou otimismo: “Este é o momento crucial que esperávamos. Os investidores enxergaram isso como um passo importante rumo à tão necessária clareza”.
As ações da Tesla lideraram o rali com um crescimento de 22,6%, seguindo um dia conturbado em que o CEO Elon Musk criticou Peter Navarro, da política comercial de Trump. Após um início difícil, as ações da Tesla estavam com uma queda acumulada de 45% até então.
Além disso, a Apple teve uma valorização de 15,3%, a Meta avançou 14,8%, e a Amazon subiu 12%. Microsoft e Alphabet também avançaram 10,1% e 9,6%, respectivamente, enquanto a Nvidia teve um impressionante crescimento de 19%. Sempre segundo o analista Louis Navellier, as ações desse grupo de tecnologia chegaram a acumular perdas de 5,5% desde o anúncio das tarifas em 2 de abril, e 24% ao longo do ano.
Trump publicou no Truth Social que “autorizei uma pausa de 90 dias e uma tarifa recíproca substancialmente reduzida para 10%, com efeito imediato”. Em meio a essa euforia, todos os 11 setores do S&P 500 tiveram crescimento acima de 2,5%.
Steve Sosnick, estrategista-chefe da Interactive Brokers LLC, afirmou: “O conceito de uma pausa de 90 dias é claramente uma das mensagens que o mercado ansiosamente aguardava. Se isso não é o ‘Trump Put’, com certeza é algo próximo disso”. Esse anúncio trouxe alívio ao mercado, que viu seu primeiro ganho diário após as tarifas serem elevadas.
Em resposta, a China decidiu implementar uma tarifa de 84% sobre os produtos importados dos EUA, como retaliação às novas tarifas. As contramedidas entram em vigor em 10 de abril, depois que a Casa Branca anunciou impostos de 104% sobre muitas importações da China.
Matt Maley, estrategista-chefe de mercado da Miller Tabak + Co., destacou: “Uau! O ‘Trump Put’ parece finalmente estar sendo acionado. Isso deverá gerar uma quantidade significativa de cobertura de posições vendidas. Contudo, a dúvida persiste: será que essa alta se sustentará?”
Houve um aumento significativo nas compras por parte de investidores de varejo, com a Emma Wu, estrategista global do JPMorgan Chase & Co., relatando que US$ 719 milhões foram comprados na primeira hora de negociação, superando a média do último mês.
O próprio Trump incentivou a compra ao afirmar que “este é um ótimo momento para comprar” e pedir aos americanos que “MANTENHAM A CALMA”.
Ross Mayfield, da Baird Private Wealth Management, mencionou: “Tentar acompanhar isso é insano. Se isso é suficiente para mover os mercados, estamos realmente em um mercado peculiar.”
Olhando para o futuro, as empresas dos EUA já estavam se preparando para navegar em meio a incertezas. A Amazon começou a cancelar pedidos de produtos fabricados na China e em outros países asiáticos para limitar riscos de pesadas tarifas de importação. A Delta Air Lines também retirou sua previsão financeira para o ano, e as farmacêuticas enfrentaram um impacto negativo após Trump indicar uma nova tarifa sobre produtos farmacêuticos.
Torsten Slok, da Apollo Management, expressou suas preocupações: “Com a incerteza sobre retaliações, a queda na confiança do consumidor, a perda de confiança das empresas e a diminuição da riqueza devido à queda de US$ 10 trilhões no mercado acionário, continuamos apreensivos em relação aos riscos de baixa para os mercados e a economia”.
(com Bloomberg e agências internacionais)
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