A SpaceX, liderada por Elon Musk, está em busca de revolucionar o sistema de controle de tráfego aéreo dos EUA com a implementação de terminais de internet via satélite Starlink. Essa iniciativa visa acelerar a atualização das redes de tecnologia da informação, que são essenciais para a Administração Federal de Aviação (FAA).
Entretanto, essa proposta gera controvérsias, já que levanta questões sobre potenciais conflitos de interesse envolvendo o reino empresarial de Musk e um contrato de US$ 2 bilhões que foi concedido à Verizon em 2023 para modernizar a infraestrutura crítica.
Na última semana, Musk autorizou o envio de 4.000 terminais Starlink para a FAA. Um desses terminais já foi instalado no laboratório de tecnologia de controle de tráfego aéreo em Atlantic City, Nova Jersey, onde testes estão em andamento.
De acordo com fontes, essa nova operação será chamada de TDM X, com o ambicioso objetivo de estar totalmente funcional dentro de 12 a 18 meses.
Um porta-voz da FAA confirmou à Bloomberg que está testando um terminal em Atlantic City, além de dois em locais não críticos no Alasca. A FAA está explorando o uso do Starlink para melhorar as comunicações e fornecer dados meteorológicos mais precisos em áreas remotas.
O contrato com a Verizon visa apoiar a FAA na manutenção e atualização de sua infraetrutura essencial. Rich Young, porta-voz da Verizon, enfatizou a importância de um sistema de controle de tráfego aéreo seguro: “Proteger os americanos que dependem desse sistema é crucial.”
Embora a SpaceX não tenha comentado oficialmente, Musk utilizou sua plataforma social X para criticar: “O sistema da Verizon não está funcionando, colocando os viajantes aéreos em sério risco.”
Ainda não está claro como a implementação dos terminais Starlink afetará o contrato existente com a Verizon.
Ampliação de influência
Esse projeto não só amplia a influência de Musk na FAA, um órgão regulador que supervisiona lançamentos de foguetes da SpaceX, como também acontece em um momento crucial para a segurança da aviação. A FAA, que gerencia cerca de 45 mil voos e quase 3 milhões de passageiros diariamente, tem enfrentado críticas crescentes sobre a atual infraestrutura de controle de tráfego aéreo, considerada obsoleta após uma colisão fatal que ocorreu em janeiro.
Em resposta a essa situação, o Secretário de Transporte, Sean Duffy, afirmou que o Departamento de Eficiência do Governo de Musk colaborará com as autoridades aéreas para “repensar” a dinâmica do espaço aéreo americano.
Apesar dos esforços contínuos da FAA para modernizar sua rede de controle de tráfego aéreo, um relatório do Escritório de Responsabilidade do Governo dos EUA alertou que 76% dos sistemas da agência são considerados insustentáveis ou potencialmente insustentáveis.
Os testes da FAA com a tecnologia Starlink refletem um movimento estratégico da SpaceX para expandir seu alcance global, influenciado pela crescente presença política de Musk. Em uma reportagem anterior, a Bloomberg informou que a SpaceX também obteve um contrato do Pentágono para desenvolver uma versão mais segura de sua rede de satélites Starlink para a Ucrânia.

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