A família Moreira Salles está considerando seriamente uma oferta para a compra da Verallia, uma gigante francesa de embalagens, após uma prolongada queda nas ações da empresa. Fontes próximas ao assunto relataram que a BWSA, o family office da família e maior acionista da Verallia, com 28% das ações, está elaborando uma proposta para adquirir a totalidade das ações que ainda não controla.
A BWSA tem realizado discussões com bancos para garantir o financiamento necessário para sustentar uma possível oferta de aquisição em breve. De acordo com as fontes, essa oferta poderia incorporar um prêmio significativo em comparação ao preço atual das ações da Verallia.
Na última sexta-feira (31), as ações da Verallia tiveram um aumento expressivo de até 20%, a maior valorização intradiária desde março de 2020, em resposta à notícia veiculada pela Bloomberg News. Embora isso tenha aliviado a queda anual das ações para cerca de 5%, a empresa ainda possui um valor de mercado em torno de € 3,8 bilhões (aproximadamente R$ 23 bilhões). Porém, outro aspecto preocupante é que a empresa reportou quase € 2,2 bilhões em dívidas no final de junho.
As negociações ainda estão em progresso e é fundamental ressaltar que a BWSA pode optar por não seguir adiante com a oferta, conforme informado por fontes que preferiram permanecer anônimas, devido à natureza sensível da informação. Qualquer movimentação nesta direção provavelmente necessitará do suporte do governo francês, já que a Bpifrance, uma instituição estatal de investimentos, possui uma participação de 7,6% na Verallia.
Representantes da BWSA e da Verallia abstiveram-se de comentar sobre a situação atual.
A Verallia é uma das maiores produtoras globais de embalagens de vidro, servindo os setores de bebidas e alimentos. De acordo com as informações disponíveis em seu site, a empresa opera fábricas de produção de vidro, decoração e reciclagem em 12 países e fabrica impressionantes 16 bilhões de garrafas e potes de vidro por ano.
A fortuna da família Moreira Salles, que ultrapassa a marca de US$ 26 bilhões, foi construída em grande parte no setor bancário e também através de uma produtora de nióbio no Brasil. O clã é um dos controladores do Itaú Unibanco e mantém investimentos variados, incluindo na Alpargatas, fabricante das icônicas sandálias Havaianas. A gestão dos investimentos da família é liderada por João Moreira Salles, filho de 43 anos de Pedro Moreira Salles, co-presidente do Itaú.
Recentemente, em dezembro, a BWSA intensificou seu envolvimento na empresa de serviços Elis, elevando sua participação para se tornar o maior acionista, embora tenha declarado não ter a intenção de buscar controle, permanecendo aberta à possibilidade de aumentar sua posição no futuro, dependendo do cenário do mercado.

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