As montadoras de automóveis nos EUA, incluindo Ford, General Motors e Stellantis, estão intensificando seus esforços para excluir certas peças de veículos das novas tarifas propostas pela administração Trump. Este lobby ocorre em um momento crítico, à medida que os impostos se preparam para entrar em vigor esta semana, conforme informações de fontes bem informadas sobre o assunto.
As empresas estão se reunindo com altos funcionários da Casa Branca, do Departamento de Comércio e do Representante de Comércio dos EUA. O objetivo é evitar tarifas que poderiam impactar milhares de peças adquiridas globalmente, particularmente de países com mão de obra barata, como o México. Essas reuniões refletem a urgência das montadoras em proteger suas operações diante das novas exigências fiscais.
Embora a Casa Branca ainda não tenha comentado sobre essas negociações, e as montadoras não tenham divulgado detalhes, a pressão da indústria é palpável. As novas tarifas, que foram determinadas pela administração Trump, incluem um imposto de 25% sobre veículos completamente montados, a partir de 3 de abril, bem como tarifas sobre peças fabricadas no exterior, que começariam em 3 de maio.
As montadoras de Detroit admitiram estar dispostas a assumir tarifas sobre veículos completos e componentes maiores, como motores e transmissões. No entanto, elas argumentam vehemente que as tarifas sobre peças menores, que são cruciais para a montagem de automóveis modernos, podem ter consequências devastadoras para um setor já desafiado.
Representantes das montadoras informaram que esse novo regime tributário poderia resultar em aumento de bilhões de dólares nos custos, levando a demissões e previsões de lucros negativas. Isso é carente de lógica, uma vez que contradiz o objetivo da administração Trump de revitalizar a indústria automotiva americana, conforme uma das fontes mencionadas.
As empresas estão buscando especificamente isenções para componentes de baixo custo, como cabos de fiação elétrica, que são complexos e tendem a ser produzidos em locais como o México, onde os salários são baixos. Elas argumentam que a combinação das tarifas fará com que os preços dos veículos disparem, o que pode desestimular a demanda entre os consumidores americanos, que já estão enfrentando preços médios em torno de US$ 50.000 por carro.
Em sua declaração executiva de 26 de março, Trump reiterou que as tarifas sobre carros completamente montados começariam em 3 de abril. Além disso, ele planeja implementar tarifas recíprocas contra vários países até 2 de abril. Contudo, não está claro se esses prazos estabelecem um limite para que um acordo sobre as peças automotivas seja alcançado.
Durante suas declarações no final de semana, Trump comentou à NBC News que “não se importava nem um pouco se eles aumentassem os preços, porque as pessoas começarão a comprar carros americanos.” Esta afirmação levanta questões sobre a viabilidade de tal princípio em um mercado competitivo.

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