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Mikheil Kavelashvili: Ex-atacante do Manchester City será candidato à Presidência da Geórgia
O partido governante da Geórgia escolheu Mikheil Kavelashvili, ex-jogador de futebol, como candidato à presidência para as eleições de 14 de dezembro. As tensões aumentam!
Em uma decisão impactante, o partido governante da Geórgia nomeou Mikheil Kavelashvili, um ex-atacante do Manchester City e atual deputado, como seu candidato presidencial para as eleições programadas para 14 de dezembro. O objetivo é substituir a atual presidente, uma figura vista como pró-Europa.
“Espero que ele atenda aos interesses da Geórgia e não de forças externas”, declarou Bidzina Ivanishvili, o magnata fundador do partido Sonho Georgiano, durante a cerimônia de nomeação em Tbilisi, capital do país. Ivanishvili não hesitou em criticar a presidente Salome Zourabichvili, que, apesar de ter sido eleita com apoio do partido em 2018, viu sua relação se deteriorar devido a divergências políticas.
O partido decidiu avançar com a candidatura após uma sessão parlamentar, enquanto um boicote por parte de quatro partidos de oposição, que apoiam Zourabichvili, protestava contra os resultados das recentes eleições parlamentares, ocorridas em 26 de outubro.
Enquanto isso, Zourabichvili e um grupo de 30 deputados da oposição estão recorrendo ao Tribunal Constitucional para tentar cancelar os resultados da votação. Manifestações tumultuadas ocorreram pela cidade, com multidões exigindo justiça, especialmente na noite anterior à reunião do parlamento, que foi cercada por semanas de protestos em resposta a acusações de fraudes eleitorais.
Kavelashvili, com 53 anos, teve uma carreira notável no futebol, jogando entre 1988 e 2006 em vários clubes, incluindo o Dinamo Tbilisi e, claro, o Manchester City. Famoso por suas declarações polêmicas, ele frequentemente utiliza uma linguagem forte e já criticou abertamente Zourabichvili e parlamentares pró-União Europeia. Ele foi eleito pela primeira vez para o parlamento em 2016 pelo partido atual.
Ao aceitar sua nomeação, Kavelashvili reconheceu a gravidade de ser presidente: “Entendo plenamente o peso dessa responsabilidade, especialmente considerando a atual presidente, que não respeita nossa Constituição.”
Críticas à escolha não tardaram a surgir. Khatia Dekanoidze, uma destacada figura da oposição, ressaltou: “Ivanishvili lançou mão do candidato mais antiocidental possível para a presidência; isso revela sua verdadeira visão para o país e seu povo.”
As tensões na Geórgia, um país com cerca de 4 milhões de habitantes, aumentaram significativamente após o partido Sonho Georgiano ter aprovado uma legislação que foi condenada tanto pelos EUA quanto pela UE como uma manobra “inspirada pelo Kremlin.” O governo já havia enfrentado enormes manifestações em maio devido a uma lei controversa sobre “agentes estrangeiros”, que visava restringir atividades de ONGs e da mídia independente.
Em um cenário político tenso, Ivanishvili até sugeriu que um suposto “partido de guerra global” no Ocidente estava conspirando para desestabilizar seu governo, utilizando ONGs para propagar um conflito com a Rússia.
“Era evidente que eles buscavam um candidato que mostrasse lealdade”, afirmou Ramaz Sakvarelidze, analista político do Instituto Georgiano de Assuntos Públicos em Tbilisi. Ele também observou que Kavelashvili pode se mostrar menos problemático do que seus antecessores.
Em meio a estas mudanças, cabe ressaltar que o presidente da Geórgia, cuja função é predominantemente cerimonial, será eleito por um Colégio Eleitoral composto por 300 membros, incluindo todos os parlamentares, sob novas reformas constitucionais que entram em vigor neste ano. Para vencer, um candidato precisa obter dois terços dos votos; caso contrário, haverá uma segunda rodada entre os dois mais votados.
A cerimônia de posse do novo presidente está agendada para 29 de dezembro.
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