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MicroStrategy surpreende com US$ 26 bilhões em Bitcoin, superando Bradesco
A MicroStrategy, sob a liderança de Michael Saylor, acumulou US$ 26 bilhões em Bitcoin desde 2020, superando até o valor de mercado do Bradesco.
A MicroStrategy, sob a firme liderança de Michael Saylor, tomou uma decisão audaciosa que a empurrou para o centro das atenções financeiras: acumular Bitcoin (BTC) ao invés de manter dinheiro em caixa. Essa estratégia revolucionária elevou a desenvolvedora de software de uma mera obscuridade a uma das corporações mais ricas em ativos financeiros do mundo.
Localizada em Tysons Corner, Virginia (EUA), a empresa agora possui um tesouro impressionante de US$ 26 bilhões em Bitcoin. Esse montante não só supera as reservas em caixa e títulos de gigantes como IBM (IBMB34), Nike (NIKE34) e Johnson & Johnson (JNJB34), de acordo com dados da Bloomberg, mas também é maior que o valor de mercado do Bradesco (BBDC4).
Em 2020, Saylor decidiu investir na criptomoeda como um escudo contra a inflação, numa época em que o crescimento da receita da MicroStrategy estava em queda. Inicialmente, a empresa financiou suas compras com reservas operacionais, mas eventualmente começou a utilizar recursos levantados por meio da emissão e venda de ações, além de dívidas conversíveis, ampliando assim seu poder de compra. Atualmente, a MicroStrategy é a maior detentora corporativa de Bitcoin entre as empresas listadas em bolsa.
Essa ousada estratégia, que provocou ceticismo entre os puristas da governança corporativa, na verdade, atraiu investidores que buscam uma maneira alavancada de se beneficiar da apreciação do Bitcoin sem as complicações associadas a carteiras digitais e exchanges. Desde a adoção dessa política, as ações da MicroStrategy dispararam mais de 2.500%, enquanto o preço do Bitcoin subiu em torno de 700% desde meados de 2020, fazendo da empresa a máxima em desempenho no mercado dos EUA durante esse período. Na quarta-feira (13), o Bitcoin atingiu um impressionante pico de quase US$ 93.500.
Segundo Dave Zion, fundador do Zion Research Group, “O balanço deles é, basicamente, uma função do preço do Bitcoin. Eles não têm controle sobre o preço, então simplesmente seguem essa onda, que pode variar.”
É comum que tesoureiros corporativos utilizem ativos financeiros para sustentar suas operações ou gerar lucros, como dividendos ou recompra de ações. No entanto, Saylor defende que a estratégia de compra e manutenção beneficia os acionistas, mesmo sem dividendos diretos.
A MicroStrategy criou uma métrica chamada “Bitcoin yield”, que avalia a variação percentual entre suas participações em Bitcoin e o número estimado de ações diluídas. Este yield acumulado no ano está em impressionantes 26,4%.
“Devido à volatilidade, muitas de nossas estratégias envolvem a venda dessa volatilidade, reinvestindo os lucros com isso de volta em Bitcoin e entregando aos nossos acionistas na forma de Bitcoin Yield,” comentou Saylor durante uma teleconferência com analistas neste mês.
Saylor reafirmou seu compromisso com essa estratégia, afirmando que a empresa planeja levantar US$ 42 bilhões nos próximos três anos. As aquisições totais de Bitcoin foram feitas por um custo agregado de aproximadamente US$ 11,9 bilhões, menos da metade do valor atual.
Essa abordagem de acumulação e manutenção não parece ter fim à vista. Mark Palmer, analista da Benchmark, recomenda a compra das ações, afirmando que “considerando o comportamento do Bitcoin em 2024, não há razão para a empresa mudar essa abordagem.”
Da mesma forma, Lance Vitanza, da TD Cowen, acredita que o mercado aceita bem a estratégia adotada pela MicroStrategy, já que a empresa continua a acessar significativos recursos nos mercados de capital. Em uma nota aos clientes, ele escreveu:
“O que começou como uma estratégia defensiva para proteger o valor dos ativos de reserva evolucionou para uma estratégia oportunista que visa acelerar a criação de valor para os acionistas. Essa contínua criação de valor é algo que merece ser explorado.”
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