O índice S&P 500 perdeu mais da metade de seu rali pós-eleição, em um cenário de intensa liquidação na sexta-feira. A inflação em alta e as declarações hawkish (duras, indicando juros elevados por tempo prolongado) do Federal Reserve afetaram gravemente o sentimento do mercado.
O grande índice de ações sofreu uma queda de 1,4% no meio da sessão, projetando um desempenho semanal de -2,2%, o pior resultado em dois meses. O Nasdaq 100, predominantemente tecnológico, viu suas ações desvalorizarem em 2,5%.
Após alcançar uma impressionante alta intradiária de 6017,31 na segunda-feira, o S&P agora é negociado a 5860,53. O otimismo que cercava o crescimento corporativo sob o governo do presidente eleito Donald Trump começa a se dissipar rapidamente. Os traders estão diminuindo suas expectativas quanto a cortes nas taxas de juros, com os futuros do Fed indicando apenas 62% de probabilidade de um corte de 25 pontos-base em dezembro, uma queda drástica em relação aos 83% registrados na quarta-feira.
Na última quinta-feira, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que o banco central não tem pressa para reduzir as taxas, considerando os sólidos sinais da economia dos EUA. Seus comentários vieram após a divulgação de dados que mostraram um aumento nos preços de fábrica e pedidos iniciais de seguro-desemprego estão moderados, com a inflação ao consumidor se mantendo robusta.
Embora a leitura do índice de preços ao produtor não tenha sido alarmante quando comparada aos padrões de 2022-2023, segundo especialistas do Deutsche Bank, “o problema é que a inflação continua teimosamente acima das metas do Fed”, disse Henry Allen e sua equipe. O indicador de preço de despesas de consumo pessoal, que será divulgado em duas semanas, é altamente esperado e crucial para o futuro do mercado, afirmaram.
As expectativas sombrias da fabricante de equipamentos para chips Applied Materials Inc. impactaram negativamente ações de outras empresas do setor de semicondutores. Além disso, as ações das fabricantes de vacinas também sofreram queda na sexta-feira, após Trump nomear Robert F. Kennedy Jr. para liderar o Departamento de Saúde e Serviços Humanos.
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