O mercado acionário americano sofreu um impacto significativo após o presidente Donald Trump anunciar a imposição de tarifas de 25% sobre as importações do Japão e da Coreia do Sul, que entram em vigor no próximo mês. O resultado? As ações despencaram e o dólar se valorizou, afetando diretamente as moedas desses países.
Em um dia de alta volatilidade, os índices de Nova Iorque mostraram forte queda. O Dow Jones caiu 1,12%, enquanto o Nasdaq viu uma diminuição de 0,98%. O índice S&P 500 também não ficou imune, recuando em cerca de 1%. Embora as tarifas já tivessem sido comunicadas anteriormente, Trump fez questão de alertar esses países sobre qualquer tentativa de retaliação. Principais empresas, como a Tesla Inc., sofreram perdas expressivas, com uma queda de 7% após Elon Musk anunciar a criação de um novo partido político, o que gerou ainda mais incerteza sobre seus negócios.
Além das relações comerciais, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA com prazo de 30 anos ultrapassaram 4,9%. Isso evidencia as preocupações contínuas em relação ao déficit fiscal do país. A situação se agrava ainda mais com a possível imposição de tarifas adicionais a qualquer nação que se alinhe com as “políticas antiamericanas dos BRICS”, conforme advertiu Trump.
O plano de Trump para esta segunda-feira inclui a divulgação de novos acordos comerciais, além de alertas sobre tarifas, o que está sendo extremamente observado por muitos setores antes do prazo final que se aproxima na quarta-feira. Informações de autoridades indicam que os países afetados terão até 1º de agosto para se adaptar às novas tarifas.
Com o prazo de 90 dias para a suspensão das tarifas recíprocas prestes a expirar, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, mencionou que 18 parceiros comerciais estão na lista de atenção, aguardando “vários” anúncios nos próximos 48 horas.
“Os investidores devem manter um olho nas manchetes nas próximas 48 horas”, aconselhou Fawad Razaqzada, da City Index e Forex.com. “A chance de acordos de última hora está alta, mas também a probabilidade de recrudescimento das tensões comerciais.”
Expertos, como Ian Lyngen e Vail Hartman do BMO Capital Markets, acreditam que as ações recentes da administração Trump são apenas uma estratégia no complexo processo de negociação.
A União Europeia, por sua vez, anunciou que está próximo de um acordo-quadro comercial com os EUA, após a conversa da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, com Trump no último domingo. Bessent também expressou expectativa em se reunir com seu homólogo chinês em breve.
Seth Carpenter, do Morgan Stanley, alertou que acordos de curto prazo são limitados e não resolvem diversos problemas subjacentes. “Acordos comerciais abrangentes que proporcionem segurança levarão mais tempo para serem finalizados e precisarão de clareza sobre investigações em andamento e desafios legais.”
Até agora, a economia americana permanece relativamente estável, com o emprego em boa saúde e a inflação sob controle. Contudo, o Federal Reserve se mantém cauteloso em relação à implementação das tarifas, mesmo diante da pressão de Trump para cortes nas taxas de juros, uma vez que quer observar como isso afetará a produção nos próximos meses.
Na quarta-feira, todos os olhos estarão voltados para as atas da última reunião de política monetária do Fed, o que poderá trazer novos desdobramentos.
Em outras partes do mercado, o cobre e outros metais industriais caíram em reação ao aumento da incerteza nas políticas comerciais de Trump. Por outro lado, o petróleo teve leve alta, mesmo após a OPEP+ optar por um aumento na produção maior do que o esperado para o próximo mês, evidenciando a confiança do grupo em que o mercado poderá absorver a oferta adicional de barris.

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