O inovador comprimido da Eli Lilly destinado ao combate à obesidade mostrou resultados insignificantes em estudo recente, onde pacientes perderam apenas 11% do peso corporal, aproximadamente 11 kg. Isso ocorre em um momento em que a expectativa de mercado estava alta, especialmente em comparação com tratamentos existentes.
A Lilly apresentou o orforglipron, e as expectativas eram de que seu desempenho se igualasse ao Wegovy, a injeção revolucionária da Novo Nordisk, que demonstrou uma perda de peso de 14% a 15% em estudos. O resultado do novo comprimido da Lilly ficou muito abaixo, levando os investidores a reavaliar suas apostas.
As ações da Lilly caíram drasticamente, mais de 12% nas negociações pré-mercado em Nova York, enquanto a Novo Nordisk viu suas ações subirem 8,4%, representando a maior valorização em quase quatro meses. Um sinal claro de que o mercado está desapontado.
Investidores acreditam que o desenvolvimento de comprimidos é crucial para alcançar um mercado que deve atingir US$ 95 bilhões até 2030. No entanto, empresas como a Pfizer e AstraZeneca têm enfrentado barreiras na criação de comprimidos eficazes, revelando a difícil realidade do setor.
Katherine Saunders, médica especialista em obesidade, expressou que a segurança e eficiência do medicamento são fundamentais, independentemente do cumprimento das expectativas de perda de peso. Ela mencionou: “Precisamos de todas as ferramentas que pudermos obter”.
Efeitos colaterais
Os efeitos colaterais mais frequentes observados foram náusea, vômito e diarreia, com incidências semelhantes aos medicamentos GLP-1. No entanto, um ponto positivo notável foi que o orforglipron não apresentou problemas hepáticos, uma preocupação que aflige outros comprimidos em pesquisa.
Cerca de 10% dos participantes do estudo decidiram deixar a pesquisa devido a efeitos adversos. A Lilly, que está pronta para submeter os resultados de 18 meses a agências reguladoras, prometeu que os resultados detalhados serão divulgados em uma conferência médica em setembro.
Se obtiver a aprovação, o comprimido poderá estar disponível nas farmácias no próximo ano, trazendo a esperança de um tratamento mais acessível para os pacientes. O orforglipron é mais simples de fabricação em comparação ao Zepbound, o que indica um produto potencialmente mais acessível.
A Lilly já está investindo significativamente, com pelo menos US$ 600 milhões reservados para produção e estoque do novo comprimido. Em um estudo anterior, pacientes diabéticos tipo 2 perderam 7,6% do peso em 40 semanas, sem sinais de platô, sugerindo que poderiam continuar a emagrecer.
A Novo Nordisk aguarda resposta regulatória sobre uma nova versão de sua pílula Rybelsus, que também visa a perda de peso. No entanto, dificuldades de produção interromperam o desenvolvimento por um tempo.

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