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Economia

Lawrence Summers: Trump e o Peronismo Argentino

Larry Summers alerta: políticas de Trump podem ecoar o desastre econômico da Argentina e favorecem a China.

Larry Summers falando na Conferência da Allen & Co.
<p>Larry Summers, ex-presidente e docente da Universidade de Harvard, durante um bate-papo com a Bloomberg Television na Conferência de Mídia e Tecnologia da Allen & Co., em Sun Valley, Idaho, EUA, na quinta-feira, 13 de julho de 2023. Este evento é frequentemente um ponto de encontro para a realização de fusões através de acordos informais, mas pode ter uma atmosfera bem distinta este ano, considerando o baixo número de negociações, a inflação e as altas taxas de juro (Bloomberg)</p>

Lawrence Summers, ex-secretário do Tesouro dos EUA, fez um alerta inquietante: as políticas de Donald Trump podem estar levando os EUA a um caminho sombrio, reminiscentes do colapso da Argentina após a Segunda Guerra Mundial, que saiu de um status de nação próspera para um cenário de estagnação econômica.

“A Argentina se desviou completamente de seu curso por princípios mal orientados de um líder eleito democraticamente, que em vez de honrar a democracia, se lançou no autoritarismo”, declarou Summers no programa “Wall Street Week” da Bloomberg Television. “Esse é um alerta que deve ressoar em toda a comunidade empresarial e entre os envolvidos na política americana.”

O peronismo, fundado por Juan Perón em 1946, foi um marco em um período em que a Argentina já era vista como uma das economias mais desenvolvidas, ao lado de países como Canadá e Austrália, com ricas reservas de recursos naturais. O modelo populista adotado por Perón, que enfatizava a substituição de importações e protecionismos, foi identificado como um dos principais fatores que precipitaram o colapso econômico da Argentina, de acordo com uma análise recente do think tank OMFIF.

“Com o tempo, essas políticas nacionalistas, que favoreciam amigos do governo em detrimento de produtores competentes, levaram a um desempenho econômico desastroso”, comentou Summers, que é professor da Universidade de Harvard e colaborador da Bloomberg TV. “Se olharmos de perto, a semelhança com o que estamos vendo nos EUA é alarmante.”

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Embora Summers reconheça que os EUA possuem “instituições resilientes” que a Argentina não tinha na era de Perón, ele traçou comparações preocupantes com o passado autoritário argentino, como o protecionismo, a construção de um culto à personalidade em torno do líder e ataques à sociedade civil, incluindo a imprensa e instituições acadêmicas.

As lições trazidas pela Argentina e por diversas nações europeias após a Primeira Guerra Mundial “são ensinamentos cruciais que os americanos devem considerar urgentemente e discutir com mais profundidade”, enfatizou Summers.

Do lado de Trump, seus conselheiros defendem que as tarifas elevadas que estão sendo impostas serão benéficas para as negociações comerciais e que acordos com diversas nações poderão trazer enormes oportunidades de expansão para os EUA. Eles também comemoram compromissos de investimento substanciais de vários países e empresas, estimando trilhões de dólares.

A China como Vencedora

Contudo, Summers manifestou dúvidas sobre esse otimismo.

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“Não podemos afirmar o que essas promessas realmente significam, pois não temos como avaliar qual seria a linha de base”, disse ele.

Além disso, o ex-secretário do Tesouro alertou que muitos investimentos podem sair do país, pois estamos tornando os EUA um destino de produção cada vez mais problemático ao elevar os custos de insumos.

Trump já impôs ou planeja tarifas sobre produtos fundamentais para a manufatura, como aço, alumínio, semicondutores e cobre.

“Suspeito que a consequência disso será uma indústria manufatureira menor, qualitativamente inferior”, previu.

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De maneira abrangente, Summers observou que “estamos nos alienando do resto do mundo” com nossas políticas protecionistas e nacionalistas. “Custos mais altos, incerteza para investidores, e o distanciamento de clientes não podem ser o caminho certo”, alertou.

“Há um ganhador nesta situação — realmente, há um ganhador com a estratégia que estamos seguindo. Seu nome é Xi Jinping”, concluiu Summers, referindo-se ao presidente chinês.

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