Lawrence Summers, ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos, emitiu um alerta claro: as novas tarifas do governo Trump podem desencadear um choque econômico que lembra as crises do petróleo. O resultado? Uma drástica redução na capacidade produtiva, aumento de preços e, consequentemente, um crescimento no desemprego.
Durante sua participação no programa Wall Street Week da Bloomberg, Summers descreveu a situação como um “choque de oferta”, comparando-o a desastres naturais ou picos nos preços do petróleo. “A grande dúvida que todos temos é: qual será a magnitude do estrago?”, questionou.
Essa declaração surge poucas horas antes de Trump confirmar a imposição de tarifas “recíprocas” sobre os parceiros comerciais dos EUA. Essas novas tarifas se somam a um arsenal já agressivo de 25% sobre aço e alumínio, além de uma sobretaxa de 20% sobre produtos provenientes da China e tarifas que podem alcançar até 25% sobre itens do Canadá e do México.
Summers, que leciona na Universidade de Harvard e é colaborador da Bloomberg TV, ressaltou que essas políticas não apenas impactam a economia internamente, mas também têm implicações sérias nas relações exteriores e na segurança nacional dos Estados Unidos. Ele comentou que o efeito imediato tende a ser um aumento significativo nos preços, seguido de uma diminuição nos empregos e um recuo nos investimentos. “É emblemático de um choque de oferta”, enfatizou, observando a posição arriscada que o Federal Reserve (o banco central dos EUA) deve enfrentar na sequência disso.
A Crítica ao Protecionismo de Trump
Summers não hesitou em criticar a abordagem protecionista do governo Trump, referindo-se a estudos que indicam um efeito quase equivalente em dólares dos aumentos tarifários nos preços que os consumidores americanos devem arcar.
Ele sublinhou que, ao aumentar as tarifas em itens essenciais como aço e alumínio, o governo compromete a competitividade do setor industrial ao encarecer produtos fundamentais. “Nem de longe isso pode ser considerado um bom mercantilismo”, concluiu Summers.

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