O CEO da BlackRock, Larry Fink, fez uma declaração impactante ao revelar que a maioria dos CEOs com quem dialoga acredita que os Estados Unidos estão frente a uma recessão iminente. Ele alertou que, devido às políticas tarifárias do presidente Donald Trump, os mercados de ações podem sofrer novos e severos declínios.
“A economia está enfraquecendo enquanto falamos”, destacou Fink, que tem 72 anos, em uma entrevista realizada na última segunda-feira (7) no Economic Club de Nova York. Ele previu uma desaceleração econômica ainda mais aguda nos próximos meses. Fink também expressou preocupação de que a inflação se mantenha elevada, o que pode inviabilizar a expectativa de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve neste ano.
As preocupações se manifestam de forma clara, com relatos de executivos do setor aéreo indicando uma queda acentuada na demanda por viagens. “A maioria dos CEOs que consulto concordaria que, de fato, estamos em uma recessão neste momento”, afirmou Fink, colocando a situação em um contexto alarmante.
Recentemente, os mercados globais de ações foram severamente impactados por uma série de vendas massivas, eliminando trilhões de dólares em valor de mercado após Trump anunciar tarifas abrangentes e complexas. Isso gerou um movimento dos investidores em busca de segurança, trocando ativos de risco por títulos, com expectativa de cortes de juros por parte do Federal Reserve.
“Vejo isso, a longo prazo, mais como uma oportunidade de compra do que uma de venda”, comentou Fink. “Contudo, isso não significa que não possamos enfrentar uma queda adicional de 20% a partir daqui.”
Fink prevê que o dólar americano deve se enfraquecer e o consumo deverá contrair conforme consumidores e a economia se ajustam à realidade das novas tarifas impostas. Acredita que, no longo prazo, Trump poderia se centrar em uma agenda voltada para o crescimento sustentável.
“Maior risco”
No cenário atual, os mercados continuam a apresentar oscilações, enquanto o Índice VIX, conhecido como indicador de medo, ascendeu a patamares que lembram a era pandêmica. O CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, advertiu que sem uma resolução célere, haverá o risco de uma fragmentação desastrosa das alianças econômicas a longo prazo do país.
Antes mesmo dessa onda de vendas, Fink já havia expressado sua ansiedade acerca da economia, afirmando que a inquietação está mais forte do que em “qualquer momento da memória recente”, em sua carta anual aos investidores do mês passado.
Em janeiro, Fink havia declarado que a crença de que já passamos do pico da inflação é “o maior risco enfrentado globalmente”.
A BlackRock gerenciava cerca de US$ 11,6 trilhões em ativos até 31 de dezembro e se comprometeu a investir quase US$ 30 bilhões em um trio de aquisições no último ano, ampliando assim a sua presença nos mercados privados. Os resultados do primeiro trimestre da empresa serão divulgados no dia 11 de abril.

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