Kraft Heinz se prepara para uma drástica divisão estratégica

A Kraft Heinz Co. está em vias de realizar uma divisão significativa, conforme informaram fontes próximas à empresa.

De acordo com o plano, a companhia pode desmembrar uma porção substancial de seu setor alimentício em uma nova entidade. Isso permitirá que a organização se concentre em segmentos de rápido crescimento, como o de molhos, de acordo com as fontes.

Atualmente, a Kraft Heinz encontra-se nos estágios finais de planejamento da separação, com um anúncio previsto para as próximas semanas, segundo informantes que pediram para permanecer anônimos devido à natureza sigilosa do assunto.

Na Bolsa de Nova York, as ações da Kraft Heinz estavam sendo negociadas com uma alta de 1,3% às 14h30 desta sexta-feira (11), elevando o valor de mercado da empresa para aproximadamente 31,7 bilhões de dólares. O Wall Street Journal já havia noticiado esses planos antes, ainda nesta sexta-feira.

“Como já anunciado em maio, a Kraft Heinz está avaliando potenciais transações estratégicas para liberar valor para os acionistas”, afirmou um porta-voz da empresa em resposta a questionamentos da Bloomberg.

A Kraft Heinz surgiu em uma fusão levada a cabo em 2015, orquestrada pela 3G Capital e pela Berkshire Hathaway, de Warren Buffett. Esta fusão resultou na criação de uma potência no setor de alimentos embalados, abrangendo marcas renomadas como ketchup Heinz, molho de tomate Classico, Jell-O e os famosos cachorros-quentes Oscar Mayer.

No entanto, a gigante alimentícia tem enfrentado barreiras para expandir suas vendas, com receitas em declínio nos últimos dois anos fiscais, impulsionadas por mudanças nas preferências do consumidor e uma concorrência crescente. A lucratividade, avaliado pela margem operacional, também obteve queda no último ano. Em abril, a empresa já havia reduzido suas projeções anuais de vendas e lucros, citando um clima econômico desfavorável no consumo.

O setor de alimentos embalados, em termos gerais, enfrenta uma transformação nos hábitos dos consumidores, que tendem a optar por produtos mais saudáveis e menos processados, além de marcas próprias que costumam ser mais em conta. A pressão de reguladores federais por listas de ingredientes mais curtas e naturais também é uma realidade crescente.

Esta reconfiguração do universo dos alimentos embalados tomou forma de maneira acelerada nesta semana, quando a fabricante italiana de doces Ferrero International decidiu adquirir a WK Kellogg, criadora dos cereais Froot Loops e outros clássicos.

Os negócios no setor de bens de consumo básico cresceram mais de um terço neste ano, atingindo um montante de 138 bilhões de dólares, segundo dados da Bloomberg, com o setor de alimentos liderando esse aumento. A Bloomberg News também reportou que a Performance Food Group atraiu interesse de aquisição da US Foods, um possível acordo que poderia criar uma empresa de distribuição alimentar com vendas combinadas em torno de 100 bilhões de dólares.