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Jamie Dimon avisa sobre riscos das tarifas e pede solução ágil

Dimon ressaltou a urgência de resolver as incertezas geradas pelas tarifas de Trump, alertando sobre os efeitos crescentes e difíceis de reverter.

Retrato de Jamie Dimon
<p>Jamie Dimon (Imagem: Bloomberg)</p>

Jamie Dimon, o CEO do JPMorgan Chase & Co., fez um apelo urgente por uma resolução rápida das incertezas criadas pelas altas tarifas do presidente Donald Trump. Ele alertou sobre os riscos de uma possível fragmentação “desastrosa” das alianças econômicas de longo prazo dos Estados Unidos.

Na sua carta anual aos acionistas, Dimon afirmou: “Quanto mais rápido esse problema for resolvido, melhor, porque alguns dos efeitos negativos aumentam cumulativamente ao longo do tempo e seriam difíceis de reverter.” Ele préviu que, a curto prazo, veríamos resultados inflacionários não apenas nos produtos importados, mas também nos preços domésticos, à medida que os custos dos insumos aumentam e a demanda por produtos locais cresce.

Dimon abordou uma série de questões que permanecem em torno da nova política tarifária, como as ações retaliatórias de outros países, o impacto sobre investimentos e fluxos de capital, e as potenciais consequências para o dólar americano. Ele, no entanto, reconheceu que existem razões legítimas para as tarifas e que “o efeito a longo prazo pode ter alguns benefícios positivos para os EUA”.

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No último semana, Trump anunciou um aumento nas tarifas, a mais alta em mais de um século, incluindo uma taxa básica de 10% e taxas “recíprocas” em várias nações que impõem barreiras aos produtos dos EUA. A resposta da China foi a implementação de impostos proporcionais a produtos americanos e controles de exportação de terras raras. A União Europeia, que é o maior parceiro comercial dos EUA, também prometeu contramedidas.

Os mercados reagiram negativamente, com uma queda significativa que resultou na perda de US$ 5,4 trilhões em dois dias após o anúncio de Trump em 2 de abril. Economistas reduziram suas previsões do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA para 2025, e alguns, incluindo o JPMorgan, já preveem uma recessão iminente. Trump, por sua vez, minimizou esses temores em declarações recentes, orientando os repórteres a “esquecerem os mercados por um segundo”.

Esta carta representa o primeiro comentário público de Dimon sobre as tarifas desde seu anúncio. Após a vitória de Trump na eleição presidencial, Dimon comentou que as ameaças tarifárias poderiam levar as partes a uma negociação e esperava que isso fosse feito com sensatez.

Embora Dimon não tenha mencionado Trump diretamente, é importante notar que ele lidera o JPMorgan há quase 20 anos, tornando-se o maior banco dos EUA, e suas cartas anuais costumam ser amplamente analisadas e debatidas. Este ano, sua missiva se estende por quase 60 páginas, repleta de insights e notas de rodapé. Além disso, o JPMorgan, que deve divulgar os resultados do primeiro trimestre, registrou o maior lucro anual do setor bancário americano em 2024, superando seu próprio recorde do ano anterior.

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Fortalecer parcerias globais

No que diz respeito às tarifas, Dimon também expandiu sua análise sobre a importância das alianças econômicas dos EUA. Ele enfatizou que a força dos laços militares e econômicos dos EUA é crucial para evitar a fragmentação que os adversários podem explorar.

OCEO fez um alerta sobre a “falsa sensação de segurança” de que países opressivos não utilizariam seus poderes para promover seus interesses, especialmente contra democracias ocidentais percebidas como vulneráveis. Dimon pediu por reformas que fortaleçam instituições internacionais como a OTAN, as Nações Unidas e o FMI, e exortou os líderes europeus a aumentarem gastos militares e implementarem reformas econômicas para solidificar essas alianças.

Ele ainda afirmou que a China estaria em uma posição melhor formando parcerias com um ocidente robusto do que com países como a Rússia ou o Irã.

“America First é aceitável, desde que não se torne somente a América”, afirmou Dimon. Ele acrescentou que o papel de liderança global dos EUA está sendo desafiado não apenas por outras nações, mas também por uma polarização interna.

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Dimon também comentou sobre o estado da economia, citando que já estava enfraquecendo antes da introdução das tarifas. Ele manifestou preocupações sobre a inflação persistente, o déficit fiscal elevado, conflitos em curso, e as reformas necessárias para o comércio global. A forma como esses fatores se desenrolarão influenciará as taxas de juros, disse ele.

“Quanto mais lento o crescimento, menores as taxas de juros; e quanto maior a inflação, maiores as taxas de juros”, concluiu.

Outros destaques da carta:

Sobre o excesso de capital do JPMorgan: “Após ler a primeira seção desta carta sobre o estado do mundo e os riscos que a economia global enfrenta, esperamos que você entenda por que também acreditamos que agora é prudente reter um capital extra e liquidez elevada.”

Na carta, Dimon reitera sua posição de eliminar o teto da dívida dos EUA, referindo-se a ele como uma “arma de destruição em massa” que pode ser mal utilizada por políticos desavisados dos danos que pode causar.

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Além disso, ele reafirmou seu compromisso com políticas de diversidade, equidade e inclusão, ajustando abordagens conforme as normativas em evolução, mantendo a meta de fortalecer a economia e atender a todas as comunidades.

Dimon também criticou a burocracia e a complacência, incentivando suas equipes a enviar feedback sobre ineficiências. Em evento interno, ele já havia discutido a falta de eficiência e a dinâmica de trabalho remoto.

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