Israel confirmou a aceitação de uma proposta de cessar-fogo dos Estados Unidos para Gaza. Segundo informações de autoridades israelenses, o plano prevê uma pausa de 60 dias nos combates, além da reabertura da distribuição de ajuda humanitária sob supervisão da ONU no território palestino.
No entanto, a paz pode estar longe. O Hamas não respondeu formalmente, mas, em uma declaração na quinta-feira, já manifestou sua desaprovação ao classificar a proposta como unilateral.
A administração Biden confirmou que Israel deu seu aval ao projeto antes deste ser apresentado ao Hamas. Porém, detalhes específicos do plano não foram revelados. Dois oficiais israelenses corroboraram esta informação.
Fontes anônimas mencionaram que o cessar-fogo também propõe a libertação de 10 reféns pelo Hamas e a devolução dos corpos de 18 pessoas que se encontravam em cativeiro.
Israel já começou a reabrir a entrega de ajuda humanitária após um bloqueio de 11 semanas, buscando agir sem a influência do Hamas. O retorno da assistência pela ONU marca uma mudança significativa da política anterior de marginalização da organização.
A nova ONG, Gaza Humanitarian Foundation (GHF), está em meio a desafios, enfrentando cenas caóticas, como incidentes de empurrões e correria em centros de distribuição. Apesar disso, a GHF iniciou a distribuição de suprimentos limitados nesta semana e promete aumentar a quantidade de ajuda.
Além disso, a proposta dos EUA prevê negociações para um cessar-fogo duradouro, tendo em vista o fim das hostilidades que começaram em 7 de outubro de 2023, após um ataque do Hamas ao sul de Israel, resultando na morte de aproximadamente 1.200 pessoas e o sequestro de cerca de 250 indivíduos.
Desde o início deste conflito, o Ministério da Saúde de Gaza, sob controle do Hamas, reportou mais de 54 mil mortes na região.
Vale ressaltar que o Hamas é considerado uma organização terrorista pelos EUA, União Europeia e por muitos outros países.
As chances de que esta proposta satisfaça as condições de ambos os lados são mínimas. O Hamas, que busca a destruição de Israel, demanda a retirada completa das tropas israelenses de Gaza. Por outro lado, o governo de Israel exige a desmilitarização e dissolução do Hamas.
Bassem Naim, membro da liderança do Hamas, afirmou em suas redes sociais que a proposta atual é, na verdade, uma tentativa de Israel de perpetuar sua ocupação em Gaza.
Ainda assim, os ativos financeiros de Israel apresentaram alta esta semana, sugerindo que investidores podem acreditar na possibilidade de um cessar-fogo iminente. O shekel se valorizou 2,3% em relação ao dólar, destacando-se como um dos melhores desempenhos globais. Os swaps de crédito soberano do país também caíram desde a sexta-feira passada.

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