O Irã alcançou um marco alarmante: a produção de urânio enriquecido disparou quase 50%, totalizando 409 quilos nos últimos três meses. Este volume se aproxima dos níveis necessários para a construção de armas nucleares, complicando ainda mais as visões de uma resolução pacífica às preocupações globais sobre suas intenções atômicas.
De acordo com o último relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a situação é crítica. O diretor-geral Rafael Mariano Grossi expressou sua preocupação, destacando que esse acúmulo de urânio alicerça temores reais sobre a natureza do programa nuclear iraniano.
Com esse estoque, o Irã poderia rapidamente enriquecer o material e potencialmente produzir núcleos para até 10 bombas nucleares, se decidisse seguir por esse caminho. Grossi enfatizou que a AIEA não pode garantir que o programa nuclear do Irã é exclusivamente pacífico.
Obstáculos permanecem na comunicação entre o Irã e os monitoramentos internacionais. Autoridades iranianas parecem estar obstruindo investigações sobre partículas de urânio encontradas em locais não divulgados, o que aumenta ainda mais as tensões.
Recentemente, Estados Unidos e Irã se reuniram em Roma para discutir as questões nucleares, com Donald Trump caracterizando as negociações como “muito boas”. No entanto, o governo iraniano permanece firme em sua posição de não abrir mão do enriquecimento de urânio, desafiando a pressão externa.
“Rejeitar o enriquecimento é aceitar um controle que não condiz com a soberania do povo iraniano”, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, em um contexto de expectativas cada vez mais baixas sobre as negociações de paz.
O conselho de governadores da AIEA se reunirá em 9 de junho em Viena, com a possibilidade de que países europeus considerem levar o Irã de volta ao Conselho de Segurança da ONU. Isso poderia culminar na reimposição severa de sanções.
Enquanto isso, as preocupações internacionais aumentam em relação ao estoque de urânio enriquecido em 60%, que, sem dúvida, representa um desafio para países como EUA, Europa e Israel.
O governo iraniano nega que suas atividades nucleares tenham propósitos militares, insistindo que o objetivo é desenvolvimento de energia e tecnologia civil.
Após a retirada do acordo internacional que limitava suas atividades nucleares, Trump alternou entre negociações e uma intensa pressão econômica sobre o Irã, tornando a situação ainda mais volátil.
Os preços do petróleo reagiram ao se rumor sobre um possível ataque israelense aos locais nucleares do Irã, indicando que o cenário pode evoluir para mais um conflito no Oriente Médio.
O gabinete do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu descreveu o relatório da AIEA como um “sinal de alerta claro”, levantando questões sérias sobre o futuro das atividades de enriquecimento nuclear do Irã.

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