O Ibovespa, índice de ações que representa o mercado brasileiro, está prestes a registrar seu melhor primeiro trimestre desde 2022. Isso ocorre à medida que investidores internacionais, deixando para trás a volatilidade do mercado americano, se voltam para as ações brasileiras que estão a preços atrativos.
Com uma alta de impressionantes 18% em termos de dólar neste ano, o Ibovespa se recupera de uma queda monumental de 30% em 2024, impulsionada por preocupações sérias em relação ao crescente déficit orçamentário do governo.
As ações brasileiras, agora avaliadas a preços bem abaixo de suas médias históricas, começam a parecer uma verdadeira pechincha para investidores que buscam alternativas à instabilidade do mercado dos EUA. João Luiz Braga, gerente de portfólio da Encore Asset Management, afirma: “Nunca vi um desconto tão grande nas ações do Brasil em comparação com os EUA, e isso já está atraindo muitos investidores.”
Esta recuperação é reflexo de uma migração em direção a ativos emergentes, depois de anos de performance abaixo do esperado. Um índice de ações de mercados em desenvolvimento brilha com uma alta de 2,4% até agora, superando o Índice S&P 500 que se encontra à beira de uma correção pesada.
A economia relativamente protegida do Brasil serve como um fator positivo nessa movimentação. Dados do Banco Mundial revelam que, em 2023, as exportações representaram apenas 18% do PIB brasileiro, em contraposição a 30% no México, o que tem proporcionado ao país uma segurança adicional contra os debates sobre tarifas internacionais.
Essa combinação de isolamento e avaliações irrecusáveis — com o Ibovespa negociando a apenas 7,48 vezes os lucros previstos, comparado a 12,2 do MSCI de ações emergentes e 20,6 do S&P 500 — está atraindo fluxos maciços de capitais para o Brasil. Investidores injetaram cerca de 12 bilhões de reais em ações brasileiras este ano, o que representa o melhor primeiro trimestre para entradas estrangeiras desde 2022.
Olhar para o futuro é promissor. Os investidores estão otimistas com a expectativa de que o banco central encerre em breve o ciclo de aumento das taxas de juros, o que poderia intensificar o apelo do mercado de ações. Além disso, alguns já estão colocando suas fichas em um futuro governo mais amigável ao mercado, após as eleições de 2026.
Eu, por exemplo, estou totalmente apostando nas ações brasileiras”, afirma Braga. “Estamos prestes a entrar em um ciclo muito positivo, seja pela melhora da percepção global ou por fatores internos, como o fim previsto do ciclo de aumentos e as avaliações extremamente atraentes.”

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