Economia
Inflação na Argentina cai abaixo de 200% pela primeira vez sob Milei
Inflação mensal na Argentina surpreendeu e despencou para 2,7%. O governo Milei comemora
A Argentina registrou uma queda significativa na inflação, atingindo o nível mais baixo em três anos, o que é animador para o presidente Javier Milei. Este sucesso é resultado direto de sua política agressiva no combate à inflação, que se tornou uma prioridade central desde sua posse.
No mês de outubro, os preços ao consumidor subiram apenas 2,7% em relação a setembro, muito abaixo da previsão de 3% feita por economistas consultados pela Bloomberg. Com essa desaceleração, a inflação anual agora está em 193%, caindo abaixo da barreira psicológica de 200% pela primeira vez durante o governo Milei, conforme dados divulgados pelo governo nesta terça-feira.
“Ninguém pode duvidar de que estamos no melhor momento desde a inauguração do presidente”, afirmou o ministro da Economia, Luis Caputo, durante um evento na Bolsa de Valores de Buenos Aires.
Hoje, Milei também fez uma ligação significativa para o presidente eleito Donald Trump, parabenizando-o por sua vitória ao mesmo tempo em que se prepara para sua visita a Mar-a-Lago na quinta-feira. Ele deve se encontrar com Trump e discursar na Conferência de Ação Política Conservadora. A expectativa do governo Milei é que Trump possa auxiliar nas negociações com o Fundo Monetário Internacional, visando substituir o atual empréstimo de US$ 44 bilhões, dado que os EUA são os principais acionistas do Fundo.
O controle da moeda argentina, que sofre uma desvalorização mensal de 2%, tem um efeito estabilizador e é conhecido como “cepo cambiário”. As últimas melhorias nas expectativas econômicas, juntamente com um programa inédito de repatriação que trouxe mais de US$ 20 bilhões ao país, contribuíram para que a diferença entre as taxas de câmbio oficial e paralela diminuísse para cerca de 16%. Isso também ajuda a controlar o aumento dos preços.
Caputo destacou: “A inflação está se aproximando do ajuste e da inflação internacional, com a diferença em um mínimo histórico. A economia está em ascensão.” Com isso, ele assegura: “Nunca houve um momento melhor.”
Os maiores aumentos de preços foram observados em habitação, água e energia, seguidos por roupas e calçados, de acordo com os dados governamentais.
O compromisso do governo com um orçamento equilibrado é um dos pilares dessa desaceleração. Em outubro, a Argentina anotou outro superávit fiscal, conforme revelou Caputo. Embora as tarifas do metrô em Buenos Aires tenham subido, com ajustes modestos nas contas de água e gás, o governo ainda cortou drasticamente o imposto sobre importações de 17,5% para 7,5% em setembro.
Desde que Milei assumiu e a inflação mensal atingiu um recorde de 25,5% em dezembro, ele tem supervisionado uma queda consistente nos preços. A economia, apesar de ter enfrentado sua sexta recessão em uma década, já voltou a níveis anteriores à sua posse, com o crescimento salarial superando a inflação desde abril.
Caputo ressaltou que o governo não tem pressa em retirar os controles sobre capital e câmbio, afirmando que as condições para uma eliminação segura estão gradualmente melhorando.
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