A Hyundai está se preparando para uma mudança significativa em sua estratégia de preços nos Estados Unidos. A montadora sul-coreana, em resposta às tarifas implementadas pelo presidente Donald Trump, planeja aumentar o preço de todos os seus veículos na região.
Fontes próximas à situação indicam que a Hyundai considera um aumento de 1% no preço sugerido ao consumidor para todos os modelos, a partir da próxima semana. É importante ressaltar que essa medida se aplicaria apenas a veículos recém-fabricados; os carros que já estão disponíveis nas concessionárias não sofrerão alterações nos preços.
Além disso, a montadora pode também elevar as taxas de envio e os custos de opcionais, como tapetes e barras de teto, pré-instalados, como uma estratégia para evitar aumentar ainda mais o preço base dos veículos. As discussões em torno dessa mudança estão em andamento e podem sofrer alterações, segundo as fontes.
A Hyundai declarou que sua abordagem em relação aos preços visa garantir sua competitividade no mercado. Contudo, a empresa ainda não tomou uma decisão final sobre os aumentos de preços.
“Este é o momento em que realizamos nossa revisão anual de preços, guiados pelas dinâmicas de mercado e pela demanda do consumidor, independentemente das tarifas”, afirmou a empresa em um comunicado oficial. “Continuaremos a nos ajustar às variações na oferta e demanda, e às regulamentações do setor, com uma estratégia de preços adaptável e programas de incentivos direcionados.”
Essa ação é uma das mais abrangentes que uma montadora tomou em resposta às tarifas elevadas impostas por Trump sobre veículos e peças importadas. A Hyundai, uma das líderes de vendas de automóveis nos EUA, havia anteriormente se comprometido a manter os preços estáveis até 2 de junho para sua marca principal e a linha de luxo Genesis.
O CEO da Hyundai, José Muñoz, declarou à Bloomberg no mês passado que não esperava um aumento drástico nos preços, mas não comentou sobre os planos para o restante do ano.
Os novos preços e taxas adicionais devem resultar em um acréscimo de pelo menos algumas centenas de dólares por veículo. Apesar de ter grandes fábricas de montagem nos EUA, o Hyundai Motor Group é um dos maiores importadores de veículos prontos no país. Juntas, suas marcas Kia e Genesis também são relevantes no mercado, e no ano passado, a Hyundai importou cerca de 1,1 milhão de veículos, ficando atrás apenas da Toyota e da General Motors.
No mês de março, o Hyundai Motor Group divulgou um plano ambicioso para um investimento recorde de US$ 21 bilhões nos EUA, visando aumentar a produção local e a fabricação de peças. O projeto inclui a construção de uma nova siderúrgica na Louisiana e a expansão de uma nova fábrica de montagem em Savannah, na Geórgia. Quando esses investimentos estiverem em plena operação, a Hyundai espera fabricar 70% dos veículos que vende nos EUA em suas instalações domésticas, conforme afirmou Muñoz.
O presidente da Hyundai, Chung Euisun, se reuniu com Trump na Casa Branca para anunciar esses planos, que foram bem recebidos pelo presidente. No entanto, isso não resultou em muitos benefícios em termos de alívio nas tarifas para a montadora ou para a Coreia do Sul.
Mesmo com o crescente custo devido às tarifas, as montadoras têm sido cautelosas ao ajustar os preços. Diversas lideranças do setor já alertaram que os impostos podem elevar os custos em milhares de dólares por veículo. Recentemente, a Ford anunciou o aumento de preços de três modelos importados do México, e várias outras montadoras retiraram suas metas financeiras em decorrência da incerteza do comércio global. A Subaru também confirmou um aumento nos preços dos veículos nos Estados Unidos no início deste mês.

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