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Grupo Schwarz busca se tornar líder em superfábricas de IA na Europa

Grupo Schwarz apresentará ao governo seu ambicioso projeto para construir uma superfábrica de IA nesta sexta-feira (11).

Supermercado Lidl em Riga
<p>Um mercado Lidl em Riga, Letônia. (Imagem: Andrey Rudakov/Bloomberg)</p>

O Grupo Schwarz, que é o maior varejista da Alemanha e proprietário da conhecida rede de supermercados Lidl, tem grandes planos em relação à inteligência artificial. Nesta sexta-feira (11), a companhia se prepara para entregar uma proposta ao governo com a pretensão de se tornar o principal responsável pelo desenvolvimento de um colossal data center, que servirá como pilar para os esforços europeus em tecnologia de IA.

Controlado pelo bilionário Dieter Schwarz, o grupo pretende investir bilhões de euros em sua nova iniciativa, conforme informações de fontes confiáveis que preferiram se manter anônimas por conta da natureza sigilosa das deliberações. Este movimento acontece em um momento crucial, pois a Alemanha busca captar uma parte dos 20 bilhões de euros (R$ 129 bilhões) em subsídios da União Europeia, que foram destinados à criação de novas “superfábricas” de IA.

Nesta mesma data, o ministro digital da Alemanha, Karsten Wildberger, se reunirá com várias empresas, incluindo o Grupo Schwarz, Deutsche Telekom e SAP, a fim de discutir a tão falada “soberania digital”. Esse encontro foi confirmado via convite acessado pela Bloomberg.

Um porta-voz do Grupo Schwarz declarou que a empresa está interessada em participar do processo de licitação para o data center, mas optou por não revelar maiores detalhes sobre suas intenções no momento. A Deutsche Telekom também confirmou sua presença na reunião com o governo, enquanto a SAP preferiu se abster de comentários.

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De acordo com um comunicado do Ministério Digital, a intenção do governo é “reduzir as dependências tecnológicas na Alemanha e na Europa, ampliando nossa expertise em áreas fundamentais como IA, nuvem, semicondutores e cibersegurança”.

O cenário em torno da inteligência artificial na Europa é de urgência; legisladores e empresas europeias estão preocupados que o continente esteja ficando atrás em tecnologia fundamental, além de muito dependente de fornecedores americanos. Em janeiro, a OpenAI anunciou o projeto Stargate, com a intenção de investir até US$ 500 bilhões (R$ 2,7 trilhões) em IA nos EUA. Em resposta, a Comissão Europeia declarou em abril que financiaria até cinco “superfábricas” de IA — grandes centros de dados, cada um equipado com aproximadamente 100 mil chips avançados, focados em desenvolver modelos de IA. O bloco europeu também afirmou que tal financiamento incentivaria investimentos privados, potencialmente triplicando a capacidade dos data centers europeus em um período de cinco a sete anos.

Diversas empresas alemãs já manifestaram interesse junto à Comissão Europeia, apresentando suas propostas para edificar essas novas instalações. O Grupo Schwarz, por sua vez, deseja liderar uma proposta conjunta entre as empresas da Alemanha, além de contar com outros parceiros. Contudo, ainda não está claro se sua proposta ativará o sucesso esperado.

No início deste ano, o Grupo Schwarz havia discutido a possibilidade de colaborar com um consórcio que incluía gigantes como Siemens, SAP e Deutsche Telekom. Contudo, essas negociações não avançaram, segundo reportagens da mídia local. Christian Klein, CEO da SAP, que antes apoiava uma alternativa europeia ao Stargate, admitiu que a Europa deveria considerar estratégias de investimento alternativas.

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Recentemente, a Deutsche Telekom revelou, por meio de um porta-voz, que está disposta a desempenhar um papel de destaque na iniciativa da gigafábrica de IA alemã. Porém, tal representante não se pronunciu sobre potenciais parcerias ou estratégias de financiamento.

Em junho, a operadora de telecomunicações anunciou a abertura de um centro de computação em nuvem para 2026, que contará com 10 mil chips da Nvidia (NVDC34). Vale destacar que isso representa apenas um décimo do total de chips que a Comissão Europeia determinou que cada gigafábrica proposta deverá operar.

O Grupo Schwarz, cuja incursão no segmento tecnológico é relativamente recente, iniciou a construção de seu próprio serviço de nuvem, o StackIt, em 2017, em uma busca por margens de lucro superiores às do setor varejista. Além disso, a empresa explicou que as limitações das ofertas de provedores de nuvem dos EUA em relação à privacidade e segurança dos dados impactaram sua estratégia: “Ninguém conseguia nos garantir onde os dados estavam armazenados”, explicou Rolf Schumann, co-CEO da Schwarz Digits, a divisão de TI da companhia, em uma entrevista no mês de maio. “Por isso, decidimos: ‘Precisamos da nossa própria nuvem’.”

Na ocasião, Schumann abordou que o Grupo Schwarz almejava investir €11 bilhões em sua unidade de nuvem nos próximos três a cinco anos. Para efeito de comparação, a Amazon.com Inc., líder no fornecimento de nuvem, gastou US$ 78 bilhões em despesas de capital durante o ano de 2024.

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Até o fechamento deste artigo, o Grupo Schwarz ainda estava definindo um plano financeiro específico para a nova instalação, segundo as fontes. A empresa está atualmente em processo de construção de um data center em Lübbenau, ao sul de Berlim, que pretende transformar em sua gigafábrica.

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