Governo do Mali Retira US$ 117 milhões em Ouro de Mina da Barrick

De forma surpreendente, helicópteros do governo do Mali pousaram na mina da Barrick Mining e requisitaram mais de uma tonelada métrica de ouro. Essa medida evidencia a escalada de tensões entre o governo maliano e a Barrick, uma gigante mineradora com sede em Toronto, que anteriormente teve seu complexo de mineração Loulo-Gounkoto fechado, após o governo impedir as exportações de ouro e deter altos funcionários da empresa.

Os helicópteros operaram “sem aviso prévio”, levando consigo uma quantidade de ouro que vale aproximadamente US$ 117,2 milhões, considerando a cotação do metal a US$ 3.324 a onça. A Barrick deixou claro que esse ouro foi coletado possivelmente para venda pela administração provisória do país, embora os fins exatos e as circunstâncias ainda sejam incertos.

O Destino do Ouro: Um Mistério

Esse recente movimento do governo se junta a outras três toneladas métricas de ouro que foram confiscadas em janeiro. A Barrick, a maior produtora de ouro do globo, continua sem informações claras sobre o futuro desse metal precioso.

Em uma tentativa de normalizar a situação, o governo do Mali anunciou em junho que contrataria um administrador provisório para reiniciar a produção no complexo Loulo-Gounkoto, que estava sob controle governamental.

A crise teve início em 2023, quando o regime militar do Mali, enfrentando sérias dificuldades financeiras, demandou que investidores estrangeiros pagassem impostos atrasados e se adaptassem a uma nova legislação que eleva royalties e participações estatais. Outras mineradoras, como Ally Gold Corp. e B2Gold Corp., já chegaram a acordos sob essas novas exigências.

Mark Bristow, CEO da Barrick, reafirmou o compromisso da companhia em buscar uma resolução para esse impasse, ao mesmo tempo que prossegue com procedimentos de arbitragem internacional, com uma audiência inicial marcada para o final de julho. “Não estamos apenas à espera de uma decisão favorável; buscamos soluções dentro da legalidade estabelecida nas nossas Convenções de Mineração”, declarou Bristow.