Demis Hassabis, líder da Google DeepMind, fez declarações contundentes sobre os custos alegados pela startup chinesa DeepSeek em relação ao seu sistema de inteligência artificial. Segundo ele, os US$ 6 milhões gastos pela DeepSeek são, na verdade, frutos de um exagero e um erro de interpretação.
Recentemente, a DeepSeek surpreendeu o mundo ao lançar um chatbot popular e um modelo de IA, alegando ter investido significativamente menos em comparação com suas concorrentes nos EUA, como a própria DeepMind e a OpenAI. Durante uma entrevista à Bloomberg Television, Hassabis ressaltou que a DeepSeek pode ter declarado apenas os custos da fase final de treinamento, que representa apenas uma fração do investimento total necessário para desenvolver uma tecnologia dessa magnitude.
Hassabis continuou a descartar a ideia de que o surgimento da DeepSeek representa uma mudança radical na economia do desenvolvimento de IA. “Não houve breakthroughs tecnológicos impactantes”, afirmou ele em uma declaração forte durante a Cúpula de Ação de Inteligência Artificial em Paris. Para ele, a DeepSeek não estabeleceu um novo padrão de eficiência no mercado.
A startup da China admitiu que gastou US$ 5,6 milhões em custos computacionais utilizando chips antigos da Nvidia, porém, sua assertiva é cercada de controvérsias e dúvidas. Pesquisadores já levantaram questionamentos sobre essa informação, e as autoridades dos EUA estão investigando a possibilidade de a DeepSeek ter contornado proibições de compra de chips por meio de intermediação em Cingapura.
Além disso, a Bloomberg News anteriormente informou que a OpenAI e a Microsoft estão examinando se um grupo associado à DeepSeek conseguiu acessar dados da OpenAI através de uma técnica chamada “destilação”, que é um método no qual um modelo de IA utiliza as saídas de outro modelo para aperfeiçoar seu treinamento.
Hassabis também mencionou que a DeepSeek parece ter se baseado em tecnologias ocidentais para essa destilação, embora não tenha entrado em detalhes sobre como isso ocorreu.
Enquanto isso, a Alphabet, empresa controladora do Google, não se deixou abalar pela polêmica gerada pela DeepSeek. O grupo de tecnologia revelou planos ambiciosos, prevendo um investimento de US$ 75 bilhões em despesas de capital até 2025, que deverá ser direcionado principalmente para sua divisão de computação em nuvem e projetos como o Gemini, um modelo de IA que está sendo integrado em diversas plataformas da empresa.
“O Gemini é mais eficiente do que a DeepSeek no que diz respeito ao custo de treinamento em relação ao desempenho”, assegurou Hassabis. “Nós apenas não falamos muito sobre isso.”

You must be logged in to post a comment Login