A Cruise, divisão de veículos autônomos da General Motors, decidiu encerrar suas operações com robotáxis, um sinal claro de recuo em um setor que tem se mostrado caro e repleto de obstáculos.
As equipes técnicas da Cruise e da GM serão fundidas em um esforço unificado, com foco no desenvolvimento de tecnologia autônoma a ser incorporada em futuros modelos da GM, conforme comunicado divulgado nesta terça-feira (10).
A GM confirmou que não continuará a financiar o desenvolvimento de robotáxis, citando a enorme quantidade de tempo e recursos exigidos para expandir neste negócio, além da crescente competitividade no mercado.
Este é um retrocesso significativo para a GM e a Cruise, que haviam conseguido se reestruturar após um incidente envolvendo um de seus carros que atropelou um pedestre no ano passado.
A decisão traz consequências importantes para a GM. A CEO Mary Barra tinha a ambição de transformar a montadora em uma potência de tecnologia em transporte, com um objetivo de dobrar a receita até 2030, incluindo a geração de US$ 50 bilhões (R$ 302 bilhões) com a Cruise. Sem o segmento de robotáxis para gerar receitas, essa meta parece cada vez mais distante.
A GM está dando um passo atrás enquanto a Waymo, da Alphabet (GOOGL), se expande para novas cidades e a Tesla (TSLA34) planeja lançar seu serviço de robotáxis em 2026. O CEO da Tesla, Elon Musk, se tornou uma figura influente nos círculos do presidente eleito Donald Trump e tem pressionado por regulamentações federais para carros autônomos.
Encerrar o impulso em robotáxis alinha a GM mais a suas operações principais. A empresa agora focará em desenvolver tecnologias que aprimorem sua produção de veículos, abandonando os sonhos de uma mobilidade como serviço.
A Cruise havia retomado operações com motoristas de segurança em Dallas e Houston e planejava realizar testes na Califórnia.
Após o anúncio, as ações da GM tiveram um leve aumento de 1,5% às 16h06, após o fechamento regular do mercado em Nova York.
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