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Ferrari: Entre o Rugido Tradicional e a Revolução Elétrica

CEO da Ferrari afirma que o motor à combustão continuará a fazer parte da marca, mesmo enquanto se prepara para modelos elétricos. O dilema entre clientes mais jovens e os tradicionais se torna evidente.

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Ferrari SF90 Stradale (Divulgação/Ferrari)

A Ferrari não vai abrir mão tão cedo dos motores à combustão. O CEO da icônica montadora de supercarros, Benedetto Vigna, já deixou claro que a empresa se manterá firme em sua linha completa de motores, atendendo a uma ampla gama de compradores exigentes.

Mesmo com o primeiro modelo totalmente elétrico programado para ser revelado no final do próximo ano, Vigna enfatiza a importância de inovar com novas tecnologias e permanecer flexível em relação às soluções de propulsão, como afirmou em uma entrevista ao podcast da Bloomberg em italiano.

Esse é um equilíbrio delicado, pois os compradores mais jovens mostram preferência por veículos elétricos. No entanto, muitos clientes mais experientes hesitam em abrir mão do característico rugido da Ferrari que tanto os fascina.

“Alguns potenciais clientes afirmaram que só considerariam se juntar à comunidade Ferrari se tivessem a opção de um carro elétrico”, revelou Vigna. Por outro lado, existem aqueles que “nunca comprariam uma Ferrari elétrica”.

As declarações de Vigna são particularmente relevantes em um momento desafiador para o setor de automóveis de luxo, onde os fabricantes estão lutando para atender às exigências de redução de emissões, enquanto a demanda por veículos elétricos está esfriando e os subsídios governamentais diminuem.

Por exemplo, a Mercedes-Benz decidiu suspender o desenvolvimento de plataformas separadas para sedãs elétricos, buscando cortar custos, e planeja continuar a venda de veículos a gasolina até a década de 2030. O CEO da Lamborghini também manifestou que a transição total para elétricos em seus carros esportivos de alto desempenho ainda pode ser prematura.

Por outro lado, a concorrência no setor de veículos elétricos está crescendo. A empresa chinesa BYD apresentou em fevereiro um modelo elétrico de alto desempenho, custando 1,68 milhão de yuans (aproximadamente 232 mil dólares), que em teoria poderia rivalizar com a Ferrari e a Lamborghini.

Vigna reforçou que prefere escutar as necessidades dos clientes a se fixar em uma única tecnologia. Essa abordagem se alinha ao fato de que cerca de metade das vendas de novos carros da Ferrari no último trimestre foram modelos híbridos.

“A Ferrari deve proporcionar aos clientes uma experiência de direção excepcional, independentemente do tipo de motorização”, destacou Vigna. Isso implica a oferta de opções tradicionais, híbridas e elétricas.

Apesar disso, o CEO está liderando a transição gradual para a energia elétrica, com uma nova fábrica voltada para a produção de carros híbridos e elétricos prestes a ser inaugurada nesta semana.

“Trata-se de ouvir diferentes opiniões para obter uma visão abrangente”, concluiu Vigna.

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