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Falha em motor força Cathay Pacific a cancelar voos e impacta ações da Rolls-Royce

Cathay Pacific cancela voos após falha em motor A350. Rolls-Royce sente o impacto nas ações, mas há esperanças de resolução rápida.

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Uma aeronave Airbus A350 da Cathay Pacific (Bloomberg)

A Cathay Pacific Airways enfrenta um desafio significativo, sendo obrigada a cancelar vários voos devido a uma inspeção cautelar em sua frota de Airbus SE A350, após detectar problemas relacionados ao motor da aeronave.

A companhia, uma das líderes no uso do A350 e com sede em Hong Kong, reportou a identificação de uma falha em um componente de motor que fez com que um de seus aviões retornasse de um voo a Zurique na última segunda-feira (2). Essa descoberta levou a uma verificação meticulosa na frota, revelando “vários componentes de motor com necessidades de substituição”, conforme indicado em comunicado pela Cathay.

O foco das inspeções está nas linhas de combustível, que apresentaram deformações e degradações nos motores de grande porte, causando cancelamentos de voos enquanto engenheiros se apressam para realizar as substituições necessárias.

Os engenheiros da Cathay Pacific foram instruídos a realizar verificações detalhadas nas mangueiras de combustível que abastecem os motores, procurando por anomalias, deformações, dobras, inchaços ou sinais de desgaste, segundo fontes que preferiram permanecer anônimas. A companhia se absteve de comentar o problema específico do motor.

A falha descoberta na segunda-feira (2) resultou em uma queda dramática nas ações da Rolls-Royce Holdings, o fabricante exclusivo dos motores do Airbus A350. No entanto, as ações se recuperaram na terça-feira (3), impulsionadas pela expectativa de que o problema possa ser resolvido rapidamente e não envolva custos exorbitantes para manutenção, recertificação ou redesenho mais elaborado.

“Este problema parece ser relativamente menor em termos de custos e impactos comerciais, representando um desafio comum no cotidiano das empresas”, afirmou Nick Cunningham, analista da Agency Partners. “É o tipo de complicação que você não gostaria de ter, mas que é gerenciável e não onera financeiramente.”

As ações da Rolls-Royce subiram até 4,8% nos negócios em Londres, recuperando-se após uma queda de 8,2% na segunda-feira. A empresa afirmou estar “comprometida em colaborar de forma próxima com a companhia aérea, o fabricante do avião e as autoridades competentes para apoiar seus esforços.” Por sua vez, as ações da Cathay, listadas em Hong Kong, caíram 0,5% na terça-feira. A Airbus também fez um pedido de comentário à Rolls-Royce e à Cathay.

A Cathay informou que encontrou 15 aeronaves, nas versões -900 e -1000, com os mesmos componentes de motor que necessitam de substituição; ainda assim, nenhuma outra companhia aérea se manifestou sobre problemas semelhantes até o momento. Com a causa do defeito não identificada, hipóteses incluem superaquecimento do motor, mangueiras de combustível sendo comprimidas por outros componentes, ou instalação inadequada das mangueiras, resultando em torções, declarou Darryl Chan, do Hong Kong Institution of Engineers.

Vale ressaltar que esta é a primeira vez que o componente do motor em questão apresenta falhas em quaisquer A350 ao redor do mundo. O A350 é amplamente utilizado em rotas internacionais, sendo a variante menor -900 a mais popular. Outras companhias aéreas estão acompanhando a situação, apesar de não terem reportado problemas semelhantes até agora.

A Singapore Airlines, que possui a maior frota do modelo com cerca de 64 A350-900, comunicou que está realizando inspeções em suas aeronaves como precaução. Outras empresas, como a Japan Airlines, seguiram o mesmo exemplo, enquanto a Lufthansa está atenta às atualizações sobre o problema do motor.

A Cathay esclareceu que três jatos já foram reparados com sucesso, e as aeronaves remanescentes permanecerão fora de operação até que sejam corrigidas e liberadas, com expectativa de operações normais recomeçando até sábado. Novos cancelamentos incluem mais 20 voos programados para quarta-feira, além dos 48 cancelados desde a descoberta.

Por fim, permanece o risco de que as descobertas da Cathay se transformem em um problema oneroso para a Rolls-Royce. Os motores se tornaram um ponto crítico para as companhias aéreas, especialmente na era das aeronaves de corredor único, que estão cada vez mais popularizadas, sendo as unidades da Pratt & Whitney os principais concorrentes da Rolls-Royce.

Antes mesmo da descoberta pela Cathay, os motores Rolls-Royce do A350, particularmente na variante maior, enfrentavam críticas intensas de algumas companhias. A Emirates decidiu não efetuar novos pedidos em grande escala como previamente planejado, com seu presidente, Tim Clark, descrevendo a propulsão como “defeituosa” devido aos altos requerimentos de manutenção em climas extremos, como o de Dubai.

Fontes locais reportaram que a Administração da Aviação Civil da China está avaliando a necessidade de inspecionar os motores A350 em aeronaves operadas por transportadoras da China.

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