A China Evergrande Group, uma das maiores incorporadoras do mundo, dará um passo final rumo ao colapso ao ter suas ações removidas da bolsa de valores de Hong Kong no dia 25 de agosto deste ano. A decisão, anunciada nesta terça-feira (12), marca o encerramento de uma era para a empresa, que um dia foi símbolo do boom imobiliário na China.
Sediada em Guangzhou, a Evergrande já foi a principal incorporadora do país, mas desde seu primeiro calote em um título em dólar, em dezembro de 2021, sua situação apenas se deteriorou. O impacto de sua falência foi colossal, afetando diretamente o crescimento econômico do país e levando inúmeras construtoras à ruína.
Em um comunicado recente, liquidantes designados pelo tribunal revelaram que a dívida da Evergrande é muito superior ao que se estimava anteriormente e que uma reestruturação completa da empresa é praticamente impossível no momento. Para se ter uma ideia, a empresa já acumulou uma dívida impressionante de US$ 45 bilhões, muito além dos US$ 27,5 bilhões que foram divulgados anteriormente.
A suspensão da negociação de suas ações teve início em janeiro do ano passado, após a ordem de liquidação emitida por um tribunal em Hong Kong. A nova realidade é clara: as ações da Evergrande foram comercializadas pela última vez a menos de 20 centavos de dólar de Hong Kong, valendo atualmente cerca de HK$ 2,15 bilhões, o equivalente a US$ 274 milhões. O fundador da empresa, Hui Ka Yan, possui cerca de 60% das ações e os acionistas agora enfrentam a dura realidade de quase total perda de seus investimentos.
A Era de Ouro Chegou ao Fim
Não apenas a Evergrande, mas outras incorporadoras chinesas também enfrentam a possibilidade de serem removidas da bolsa. Empresas como a Modern Land e a Dexin China Holdings estão enfrentando dificuldades e também podem seguir o mesmo caminho. Glen Ho, especialista da Deloitte, já declarou que “a era de ouro do mercado imobiliário acabou” e que o modelo de negócios das incorporadoras precisa ser repensado.
A Evergrande ainda possui duas unidades listadas em Hong Kong, mas mesmo elas carregam riscos de suspensão. A repressão do governo chinês sobre o setor imprimiu dificuldades severas, limitando o acesso da incorporadora ao crédito e, consequentemente, sua capacidade de recuperação.
A má notícia não para por aí. Imagina-se que somente US$ 255 milhões de seus ativos foram recuperados até o momento e, devido à complexidade das estruturas de propriedade, não há garantias de que esse dinheiro estará disponível para a empresa no futuro. A situação é cada vez mais crítica e os acionistas devem estar preparados para a realidade de um possível colapso total.
Resumindo: a retirada da Evergrande da bolsa é um sinal claro e alarmante do estado do mercado imobiliário na China e um aviso para investidores de que o cenário é nada otimista.

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