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EUA reconhecem Edmundo González como novo ‘presidente eleito’ da Venezuela
Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, anunciou em reunião do G20 que Edmundo González é o ‘presidente eleito’ da Venezuela, desafiando Maduro.
Em uma movimentação significativa, o governo Biden agora se refere a Edmundo González Urrutia como o “presidente eleito” da Venezuela. Essa declaração vem de um alto funcionário da administração e representa o reconhecimento mais assertivo até o momento de que o candidato da oposição realmente venceu a eleição presidencial de julho.
Antony Blinken, o secretário de Estado dos EUA, compartilhou essa decisão com parceiros internacionais em uma reunião realizada nesta segunda-feira (18), durante os encontros do G20 no Rio de Janeiro. Embora os EUA e diversas nações já tivessem chegado à conclusão de que González obteve mais votos do que o atual governante Nicolás Maduro, o uso do termo “presidente eleito” é uma nova escalada na posição dos EUA.
Esse pronunciamento visa intensificar a pressão sobre Maduro, que continua a alegar ter vencido as eleições, mas sem apresentar provas concretas. No entanto, referir-se a González dessa maneira não implica que os EUA o declarem “presidente legítimo” após sua posse no dia 10 de janeiro, quando Maduro planeja uma nova cerimônia de empossamento. O termo “presidente legítimo” já foi utilizado, com pouco sucesso, para Juan Guaidó, em uma tentativa anterior de retirar Maduro do poder durante a administração Trump.
O Ministério da Informação da Venezuela, por sua vez, não se manifestou imediatamente sobre o assunto.
Enquanto isso, o ex-presidente Donald Trump está previsto para retornar ao cargo nos EUA em 20 de janeiro, e sua indicação para o Departamento de Estado, o senador da Flórida Marco Rubio, é um defensor persistente de uma postura firme contra a Venezuela e Maduro. A decisão futura sobre como lidar com González e a interação com Maduro recairá sobre eles.
No cenário econômico, os índices venezuelanos permaneceram em tendência negativa na terça-feira (19), continuando a refletir as perdas após a aprovação de um projeto de lei pela Câmara dos Representantes, sob controle republicano, que impõe sanções mais rigorosas contra entidades que fazem negócios com o governo Maduro.
A administração Biden avaliou que a comunidade internacional e o movimento democrático venezuelano, liderado por González, já ofereceram a Maduro inúmeras oportunidades para um diálogo que promova uma transição pacífica e reflita a vontade do povo venezuelano.
O governo Biden defende um continente mais democrático, próspero e seguro, e persiste na busca por uma solução democrática como a única via viável para resolver a catastrófica crise econômica e humanitária na Venezuela.
González, que tem 75 anos, fugiu para a Espanha em setembro, alegando ter sido coagido a assinar uma declaração reconhecendo Maduro como vencedor das eleições. Ele anunciou planos para retornar ao seu país e ser empossado presidente, embora essa proposta pareça bastante improvável, dados os firmes poderes de Maduro, que tem apenas 61 anos.
Por fim, a líder oposicionista María Corina Machado, que foi essencial na mobilização de apoio a González após sua exclusão da corrida presidencial, continua em situação de clandestinidade, afirmando estar ainda na Venezuela.
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