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EUA podem restringir petróleo russo se Putin não aceitar cessar-fogo

Novas sanções à indústria petrolífera russa estão em discussão. Poderão incluir tarifas e restrições se o cessar-fogo não for aceito.

Armazenamento de petróleo russo
<p>Reservatório de petróleo em uma usina da Rosneft em Tuapse, Rússia, no ano de 2020 (Bloomberg)</p>

Os Estados Unidos estão analisando a possibilidade de implementar sanções contra as gigantes do petróleo russas, Rosneft e Lukoil, como uma pressão estratégica sobre o presidente Vladimir Putin para que este aceite um cessar-fogo com a Ucrânia, conforme revelaram fontes com conhecimento do assunto.

Estas sanções focariam nas duas principais produtoras de petróleo da Rússia, com o objetivo de cortar as receitas energéticas que sustentam o Kremlin, caso a cúpula entre Donald Trump e Putin, agendada para sexta-feira no Alasca, não traga resultados positivos. As fontes, que pediram anonimato para discutir deliberações internas, destacaram que, devido à preocupação com os preços, a expectativa de Trump seria que tais medidas, se aplicadas, fossem de caráter temporário.

Outras alternativas em consideração incluem restrições adicionais sobre a frota de petroleiros que operam para Moscou e tarifas extras para os compradores do petróleo russo, principalmente a China. Contudo, as fontes advertiram que qualquer implementação de medidas sancionatórias deve acontecer de maneira gradual. Trump já manifestou sua preferência por tarifas, considerando-as mais eficazes do que sanções diretas.

O Tesouro dos EUA ainda não comentou sobre a questão.

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A Rosneft, controlada pelo governo e dirigida pelo próximo aliado de Putin, Igor Sechin, e a Lukoil, de propriedade privada, emergem como as duas maiores produtora de petróleo da Rússia, respondendo juntas por quase 50% das exportações de petróleo bruto do país, cerca de 2,2 milhões de barris diários no primeiro semestre deste ano, conforme estimativas da Bloomberg.

A ameaça de novas sanções se insere na estratégia de negociação dos EUA para a cúpula, evidenciando a disposição da administração em incrementar a pressão sobre a Rússia. Este é um padrão típico do estilo de Trump, que faz uso de ferramentas econômicas como forma de incentivo e punição.

Em uma entrevista na Fox Business Network, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que “tudo está na mesa” em relação a possíveis sanções contra a China.

Trump já elevou as tarifas sobre a Índia para 50% em decorrência das compras de petróleo russo, uma medida que, segundo alguns analistas, foi crucial para que Putin aceitasse discutir. Ele também fez reiteradas ameaças de sanções não especificadas contra a Rússia.

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“Podem haver — e não preciso dizer — consequências muito severas”, declarou Trump a repórteres no Kennedy Center na última quarta-feira.

Apesar disso, Trump recuou em várias ocasiões sobre suas ameaças de tarifas, sanções e outras penalizações. No dia 29 de julho, ele deu à Rússia um prazo de 10 dias para alcançar um acordo com a Ucrânia. Entretanto, o prazo de 8 de agosto passou sem qualquer ação adicional por parte do líder americano.

Em uma entrevista a Bret Baier na sexta-feira, Trump mencionou que, se o encontro com Putin na base militar dos EUA em Anchorage não for produtivo, “eu abandonaria a reunião”, segundo informações da Fox News.

Essas possíveis medidas acontecem em um contexto onde, conforme a Agência Internacional de Energia, o mercado de petróleo deverá ter um superávit recorde no próximo ano. Embora isso possa permitir que algumas ofertas sejam retiradas do mercado sem provocar um aumento abrupto nos preços, a Rússia continua sendo um dos maiores produtores de petróleo bruto do mundo, e a ameaça de interrupções na produção adiciona um novo risco geopolítico.

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O ex-presidente Joe Biden evitou aplicar sanções contra as maiores empresas petrolíferas russas no início do conflito em 2022, temendo o impacto que isso teria sobre os preços dos combustíveis nos EUA, enquanto sua administração tentava conter a inflação crescente.

Os EUA e seus aliados do G7 optaram por estabelecer um teto de preços às exportações de petróleo da Rússia em 2022, parcialmente por receios de que isso faria os preços dispararem. Após o início da guerra, os contratos futuros do Brent chegaram a atingir US$ 139 por barril, mas, atualmente, estão mais próximos de US$ 70.

Em janeiro, já sob a administração Biden, foram impostas sanções à Surgutneftegas e à Gazprom Neft, que são a terceira e quarta maiores exportadoras russas, respectivamente. Contudo, os mercados asiáticos, que agora são os principais compradores do petróleo russo, em grande parte ignoraram tais restrições, mantendo uma demanda forte pelos barris sancionados. Como resultado, as exportações de petróleo bruto de Moscou este ano permaneceram estáveis, de acordo com dados da Bloomberg.

Trump considera qualquer cessar-fogo na Ucrânia um objetivo central das negociações. A caminho de Anchorage na manhã de sexta-feira, ele não descartou a possibilidade de que a Ucrânia receba garantias de segurança de países ocidentais ou que tenha que concordar com trocas territoriais com a Rússia. Mas ressaltou que essa decisão cabe apenas à Ucrânia.

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“Deixo a Ucrânia decidir o que fazer em relação às trocas territoriais”, afirmou Trump. “Acredito que eles farão uma escolha certa. Porém, minha função não é negociar em nome da Ucrânia, e sim assegurar que eles sejam ouvidos.”

Um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia poderia resultar na redução das sanções contra Moscou, de acordo com informações anteriores da Bloomberg.

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