Washington e Moscou estão negociando um acordo que pode interromper a guerra na Ucrânia, garantindo a consolidação da ocupação russa nos territórios tomados durante a invasão militar. Fontes confiáveis revelam que essa movimentação ocorre a poucos dias de uma cúpula entre os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin.
Durante as conversas, autoridades dos EUA e da Rússia estão buscando um entendimento sobre os territórios, com o apoio esperado da Ucrânia e de seus aliados europeus. Contudo, a concretização do acordo ainda é incerta. Putin insiste na cessão de toda a região oriental do Donbas e da Crimeia, anexada ilegalmente em 2014.
Essa exigência implicaria em uma retirada das tropas ucranianas das áreas ainda sob seu controle nas regiões de Luhansk e Donetsk, concedendo uma vitória significativa a Putin, que há tempos procura negociações diretas com os EUA, ignorando a Ucrânia e seus aliados.
Zelensky, presidente ucraniano, está em uma situação crítica, pois pode ser apresentado a um acordo de “aceita ou deixa”, o que comprometeria a integridade territorial do país, enquanto a Europa teme ser responsabilizada por monitorar um cessar-fogo, permitindo a Putin reforçar suas capacidades militares.
De acordo com fontes, a Rússia pararia sua ofensiva em Kherson e Zaporizhzhia como parte do acordo, mas os termos ainda estão em evolução e podem experimentar alterações. A disposição de Moscou em ceder territórios atualmente ocupados, como a usina nuclear de Zaporizhzhia, continua obscura.
A Casa Branca e o Kremlin não comentaram publicamente sobre esse assunto polêmico, e a Ucrânia também se absteve de dar declarações.
O plano representa uma tentativa de congelar a guerra e abrir caminhos para um cessar-fogo e negociações mais amplas com foco em um acordo de paz definitivo. Os EUA têm pressionado a Rússia por um cessar-fogo incondicional antes de qualquer negociação.
Trump, que retornou à Casa Branca prometendo resolver rapidamente o conflito, expressou frustração com a falta de acordo de Putin para um cessar-fogo. Desde fevereiro, os dois líderes mantiveram várias conversas, e Trump encarregou seu enviado de tentar mediar a situação.
Embora Trump ainda não tenha adotado medidas drásticas contra Moscou, ele aumentou tarifas sobre produtos indianos após o país comprar petróleo russo, colocando pressão econômica adicional sobre a Rússia. Recentemente, ele exigiu que Putin concordasse em um cessar-fogo até sexta-feira, sob pena de ações adicionais contra aqueles que compram petróleo russo.
Putin reafirmou que seus objetivos de guerra permanecem intactos, incluindo o reconhecimento de um status neutro para a Ucrânia e a renúncia à entrada na Otan.
A ocupação russa nas regiões de Donetsk e Luhansk remonta a 2014, após a anexação da Crimeia, e Putin declarou várias regiões ucranianas como parte “sempre” da Rússia, apesar de não controlar totalmente essas áreas.
Constitucionalmente, a Ucrânia não pode ceder território e rejeita a ocupação e anexação russa.
Se Putin estaria disposto a participar de uma reunião trilateral com Trump e Zelensky ainda é incerto, mas ele revelou que não se opõe a um encontro com Zelensky se houver condições adequadas, o que, segundo ele, não existe atualmente.
Diversos oficiais, incluindo os EUA, expressaram ceticismo quanto à disposição de Putin para encerrar a guerra e se ele está realmente interessado em um acordo de paz que vá além de suas reivindicações atuais.
Trump, por sua vez, manifestou sua disposição para se encontrar com Putin, mesmo diante da relutância do líder russo em se encontrar também com Zelensky. “Não gosto de esperar muito,” afirmou Trump, reafirmando sua intenção de buscar soluções pacíficas.
Yuri Ushakov, assessor de política externa do Kremlin, anunciou que autoridades dos EUA e Rússia estão finalizando detalhes para uma reunião nos próximos dias, embora o local não tenha sido revelado.
É importante mencionar que os EUA já haviam considerado reconhecer a Crimeia como russa em um possível acordo, além de ceder a controle russo de áreas de outras regiões ucranianas, enquanto se discute o retorno de Zaporizhzhia e Kherson à Ucrânia.

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