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ETF Alavancado da MicroStrategy Testa Limites e Desafia Investidores no Bitcoin

Os prime brokers enfrentam dificuldades para atender à demanda por ETFs alavancados em ações da MicroStrategy, a líder mundial em Bitcoin. Descubra os desafios!

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Negociante/operador na Bolsa de Valores de Nova York

Recentemente, as ações da MicroStrategy (MSTR) tiveram um desempenho notável, mas isso trouxe preocupações para o gestor Matt Tuttle. Ele enfrentou uma situação crítica quando os prime brokers – aquelas corretoras que gerenciam grandes investimentos – que lidam com o ETF alavancado da Tuttle Capital Management chegaram a seus limites de exposição em swaps.

O T-Rex 2X Long MSTR Daily Target ETF (MSTU), recém-lançado por Tuttle, rapidamente se tornou o ETF mais volátil de Wall Street, prometendo o dobro do retorno das instáveis ações da MicroStrategy, a maior empresa detentora de Bitcoin (BTC) no planeta.

No auge de sua popularidade em outubro, o ETF estava atraindo milhões de dólares, mas para manter os retornos esperados, Tuttle precisava comprar swaps, uma prática rotineira em Wall Street. Acontece que apenas três corretoras estavam dispostas a colaborar com ele, já que as flutuações nas ações da MicroStrategy tornaram a situação insustentável. Em certos momentos, enquanto buscava US$ 100 milhões em exposição, as corretoras conseguiram oferecer apenas US$ 20 milhões, levando Tuttle a adquirir opções de compra (calls) para cumprir as demandas do fundo.

“Se eu estivesse lidando com um fundo comum como o da Procter & Gamble, minha oferta de swaps seria ilimitada,” comentou Tuttle. “Mas a MicroStrategy apresenta desafios únicos.”

Limites em Xeque

A impressionante ascensão deste ETF alavancado está testando o apetite por risco dos prime brokers em Wall Street. Embora a aquisição de opções não seja uma prática questionável, ela ressalta as dificuldades em atender a um crescimento tão acelerado na demanda.

Além disso, o ETF concorrente de Tuttle, o Defiance Daily Target 2X Long MSTR ETF (MSTX), também se viu em uma posição semelhante. Sylvia Jablonski, CEO da Defiance ETFs, revelou que precisou usar opções logo após o lançamento para garantir a alavancagem desejada, aumentando inicialmente a alavancagem de 1,75 vez para 2 vezes após o MSTU.

Atualmente, os dois ETFs juntos acumulam cerca de US$ 4 bilhões em ativos (até o fechamento da última quinta-feira). O MSTU já subiu impressionantes 600%, enquanto o MSTX acompanhou com um avanço de 480%. Desde a vitória de Donald Trump, investimentos no Bitcoin dispararam, levando a MicroStrategy a realizar sua maior compra de criptomoedas até o momento e fazendo suas ações crescerem mais de 70% desde 5 de novembro.

Riscos no Horizonte

Um formador de mercado próximo ao negócio de swaps das ações da MicroStrategy destacou que esses ETFs alavancados estão desafiando os limites de risco dos prime brokers, com a volatilidade exigindo grandes pagamentos de margem.

As corretoras Cantor Fitzgerald, Marex e Clear Street foram mencionadas como os prime brokers responsáveis pelos ETFs MSTU e MSTX, conforme dados da Bloomberg. Enquanto Cantor e Marex preferiram não comentar, a Clear Street não respondeu ao pedido.

Desde o lançamento do MSTX em agosto, as ações da MicroStrategy valorizam-se quase quatro vezes mais rápido que o Bitcoin, indicando que as apostas alavancadas podem ter intensificado essa letícia nas ações.

Interesse do Varejo em Alta

Os ETFs alavancados surgiram nos EUA em 2022, apesar dos avisos regulatórios sobre seus riscos, atraindo acionistas de varejo em busca de lucros rápidos. Atualmente, existem mais de 90 ETFs, entre alavancados e inversos, ligados a ações individuais, segundo dados da Bloomberg Intelligence.

Para os emissores de ETFs, o uso de opções para cumprir os objetivos do fundo traz complexidade adicional, já que é necessário acompanhar as flutuações teóricas dos preços dos derivativos à medida que as ações variam.

Tuttle agora dedica parte de seu tempo analisando as necessidades de opções, o que envolve colaboração próxima com traders e formadores de mercado, uma vez que a demanda está diretamente atrelada aos fluxos desses ETFs e à volatilidade das ações da MicroStrategy.

Ao avaliar limites para produtos financeiros como esses, os bancos consideram a exposição total a uma ação nas diversas mesas de negociação, além de restrições relacionadas a riscos e balanços patrimoniais. Jablonski também observou que “esse processo de avaliação de risco tende a se tornar mais rigoroso ao lidar com ativos voláteis como a MicroStrategy, criptomoedas ou ações de alto crescimento.” “Com uma compreensão mais profunda da gestão e proteção eficaz desses produtos, novos players podem estar mais abertos à colaboração nas operações de negociação.”

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