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Elliott exige mudanças na Southwest Airlines após investir US$ 1,9 bilhão
O fundo Elliott criticou a falta de estratégia da Southwest e pediu a troca de lideranças após garantir uma participação de US$ 1,9 bilhão na companhia.
O Elliott Investment Management não está aqui para brincadeira. Em um movimento audacioso, o fundo ativista exigiu uma mudança de liderança na Southwest Airlines e uma revisão urgente de sua estratégia de negócios, logo após anunciar uma participação de impressionantes US$ 1,9 bilhão na aérea americana.
Na segunda-feira (10), o fundo apresentou sua queixa em uma carta incisiva, apontando a “péssima execução da Southwest e a teimosa relutância da liderança em moldar uma estratégia eficaz”. O foco crítico recaiu sobre o CEO da companhia, Bob Jordan, e o presidente executivo, Gary Kelly, ambos alvos das críticas por erros que, segundo o Elliott, lesaram os acionistas.
“O presidente executivo e seu CEO da Southwest, que juntos somam 74 anos na companhia, supervisionaram um período de desempenho desastroso e demonstraram que não estão qualificados para modernizar a Southwest”, destacou o investidor.
Até o momento, a Southwest não se manifestou em relação ao pedido de comentário.
Reagindo à notícia, as ações da Southwest dispararam 8,2% logo nas primeiras horas de negociação em Nova York, marcando o maior ganho intradiário desde março de 2022. O entusiasmo também se deu após a publicação do Wall Street Journal no domingo (9), que revelou a intenção do Elliott de contatar a administração da empresa.
Com essa aquisição significativa, o Elliott se torna um dos maiores acionistas da Southwest, que tem sede em Dallas e capitalização de mercado em torno de US$ 17,9 bilhões.
A companhia aérea enfrenta grandes dificuldades para explorar a demanda por viagens na esteira da pandemia, atolada em custos elevados e limitações que resultaram em quedas nas ações durante quatro anos consecutivos. A Southwest, que opera exclusivamente com aeronaves Boeing 737, foi severamente impactada por atrasos nas entregas de aviões, em meio a problemas de produção enfrentados pela fabricante.
Recentemente, a Southwest já começou a cortar a capacidade de voos, se retirando de diversos aeroportos e desacelerando contratações. Em abril, anunciou planos para “reestruturar significativamente” mercados, incluindo operações em Chicago e Atlanta.
Além disso, a aérea reportou uma perda ajustada de US$ 0,36 por ação no primeiro trimestre, um resultado pior do que o esperado pelos analistas. Sua receita também não conseguiu atender as previsões.
A reputação da Southwest levou um golpe duro após uma interrupção massiva nos voos no final de 2022, que deixou milhões de passageiros presos durante as festividades de final de ano.
O fundo Elliott argumenta que esperar mais não solucionará os problemas da Southwest, assinalando uma “abordagem complacente e falta de urgência para enfrentar os desafios”. Os comentários de Jordan sobre o desempenho financeiro da companhia foram considerados “desconectados da realidade”.
As promessas de uma reviravolta são ousadas. O Elliott acredita que uma transformação na Southwest é “totalmente possível” e que a mudança precisa começar “imediatamente”, com a condição de que a companhia aérea informe os investidores sobre uma estratégia viável para o futuro até o final deste ano. O fundo também exige modificações no conselho de administração, propondo a inclusão de diretores com sólida experiência em companhias aéreas.
Sob a liderança de Paul Singer, o Elliott é um dos fundos ativistas mais influentes do mercado, já lançando campanhas em empresas cujo valor de mercado totaliza aproximadamente US$ 100 bilhões este ano, incluindo a mineradora Anglo American e a trading japonesa Sumitomo.
Essa movimentação na Southwest acontece em um contexto onde outro ativista, Carl Icahn, também adquiriu participação na JetBlue Airways, garantindo dois assentos no conselho da aérea.
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