A nova administração de Robert F. Kennedy Jr. iniciou um processo de demissão em massa no Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA. Na manhã desta terça-feira (1º), altos reguladores responsáveis pela supervisão de medicamentos e tabacos foram dispensados, uma ação que marca uma drástica reestruturação na agência.
Os e-mails informando sobre as demissões, enviados pelo secretário adjunto de recursos humanos, Tom Nagy, começaram a ser distribuídos às 5h em Washington, DC. Vários departamentos inteiros foram afetados, particularmente aqueles focados em saúde global, doenças sexualmente transmissíveis e defeitos de nascimento.
Os funcionários que receberam a notificação de redução de força de trabalho foram imediatamente desconectados dos sistemas do HHS, paralisando o trabalho em programas críticos e quebrando a comunicação com parceiros.
Essa movimentação está em linha com um plano divulgado por Kennedy em março, que prevê a eliminação de 10 mil postos de trabalho. Essa medida, juntamente com demissões voluntárias por meio de programas de incentivo, reduzirá o total de funcionários de 82 mil para apenas 62 mil.
Um dos nomes mais notáveis entre os demitidos é Peter Stein, um alto dirigente da FDA, responsável pela supervisão da avaliação de novos medicamentos. Stein declarou em um e-mail que foi removido da posição de Diretor do OND e recebeu uma proposta para trabalhar em assuntos do paciente, a qual recusou. A unidade que ele liderava é crucial para decidir se os benefícios de novos medicamentos superam os riscos envolvidos, conforme indicado no site da agência.
A saída de Stein se soma às perdas já sofridas pela FDA, que anteriormente perdera Peter Marks, responsável pela aprovação de vacinas e medicamentos complexos.
Além disso, o Centro de Produtos de Tabaco do FDA também sofreu alterações significativas. Brian King, seu diretor, enviou um e-mail comunicando sua licença administrativa, expressando sua decepção com a situação.
A maioria dos comunicadores do FDA também fez parte das demissões, segundo fontes internas.
O plano de reestruturação de Kennedy não se limita a cortes; ele também visa fundir várias divisões do HHS, reduzindo seu número em quase 50%. As novas unidades focarão em saúde pública, abuso de substâncias e saúde mental, sendo renomeadas para Administração para uma América Saudável. A divisão responsável pela preparação para pandemias será transferida para os CDC, realocando 1.000 funcionários.
O HHS confirma que as áreas de medicamentos e dispositivos médicos, assim como os revisores e inspetores de alimentos, não sofrerão cortes.
Os democratas criticaram essas mudanças, alertando que elas podem desestabilizar serviços essenciais e comprometer investigações médicas. A senadora Patty Murray, de Washington, afirmou em coletiva de imprensa: “Estamos colocando vidas em sério risco com o plano deles.”

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