O Kremlin anunciou que os presidentes Vladimir Putin e Donald Trump se encontrarão em breve para uma cúpula que pode moldar o futuro da segurança na Europa. Enquanto isso, Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, expressa sua disposição para participar das conversas, numa tentativa de influenciar o rumo dos eventos e pacificar a região.
O local do encontro, que será revelado em breve, foi acordado entre Rússia e EUA, e Yuri Ushakov, assessor de política externa do Kremlin, afirmou que as partes começaram a discutir questões específicas. O objetivo é realizar a reunião na próxima semana, trazendo expectativas sobre o processo de paz que se arrasta há anos.
O anúncio ocorre após um encontro prolongado entre Putin e Steve Witkoff, enviado de Trump, onde o presidente americano fez pressão sobre Putin, ameaçando impor tarifas adicionais sobre o petróleo russo, exigindo uma trégua até o dia 8. Essa estratégia busca acelerar um acordo na guerra que já dura quatro anos e que causa imenso sofrimento.
Voltando à Casa Branca, Trump demonstrou crescente frustração com a falta de progresso nas conversas de cessar-fogo após numerosas ligações com Putin. Embora não considere os recentes desenvolvimentos um “avanço”, a expectativa em torno da cúpula entre os dois líderes – a primeira desde 2018 – sugere que há uma oportunidade à vista.
Zelensky e seus aliados europeus temem que Putin possa empurrar Trump a fazer concessões excessivas, levantando sérias dúvidas sobre a eficácia de um possível acordo e a segurança da Ucrânia. Durante uma ligação, Zelensky convidou Trump a explorar vários formatos para as negociações de paz, incluindo reuniões bilaterais que poderiam dar voz aos interesses ucranianos.
No entanto, o clima de incerteza se estende aos investidores, que estão otimistas com a possibilidade de um acordo. O mercado reagiu positivamente, especialmente os títulos em dólar da Ucrânia que se valorizam no cenário emergente. As moedas da Europa também mostraram um crescimento significativo.
Putin, em conversa com o presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed Bin Zayed Al Nahyan, indicou que o país poderia ser um local apropriado para a cúpula. Ele também mencionou que poderia se encontrar com Zelensky se as condições fossem adequadas, embora atualmente as circunstâncias não sejam favoráveis.
Enquanto isso, Witkoff levantou a possibilidade de uma reunião com os três líderes, mas o Kremlin permanece focado na conversa bilateral entre Putin e Trump, estabelecendo prioridades na agenda diplomática.
A Casa Branca, até agora, não se manifestou sobre os planos para a cúpula. No entanto, Trump indicou que há uma “boa chance” de encontrar-se em breve com Putin e Zelensky para intensificar as tentativas de mediação pela paz.
Zelensky teve uma conversa recente com o chanceler alemão Friedrich Merz, onde reforçaram posições comuns. Consequentemente, conselheiros de segurança nacional da Ucrânia, EUA e Europa se reunirão virtualmente para alinhar estratégias futuras.
“Ucrânia e Alemanha compartilham a visão clara de que a guerra precisa acabar rapidamente com uma paz digna”, reiterou Zelensky. A dinâmica dos parâmetros que finalizarão este conflito terá um impacto profundo e duradouro na segurança europeia nos anos seguintes.
Trump mostrou-se otimista nas discussões recentes, sugerindo que Putin poderia estar aberto a negociações sobre a questão territorial, um assunto delicado, dado que Putin reivindica a anexada península da Crimeia e partes das províncias ucranianas de Donetsk e Luhansk, entre outras regiões.
Por outro lado, a Ucrânia permanece firme na sua posição de não ceder nenhum pedaço de seu território, insistindo na retirada das tropas russas e na reparação pelos danos provocados desde a invasão de fevereiro de 2022.
Os EUA já haviam sugerido reconhecimento da Crimeia como parte da Russia sob determinadas condições, discutindo também devolução do controle de áreas como Zaporizhzhia e Kherson para a Ucrânia, mas a resistência ucraniana permanece firme diante dessas propostas.
Por fim, Putin e Witkoff também tocaram no tema das relações bilaterais entre Rússia e EUA, observando que essas poderiam progredir em uma direção benéfica para ambas as partes, caso um acordo seja alcançado.
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