O Kremlin anunciou que Vladimir Putin e Donald Trump se encontrarão em uma cúpula histórica em breve, enquanto o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky busca um lugar à mesa. A pressão dos EUA para pôr fim à invasão russa se intensifica a cada dia, e Zelensky está pronto para se juntar às negociações.
Os EUA e a Rússia já concordaram sobre um local para o encontro entre os dois presidentes, que será revelado em breve. O assessor de política externa do Kremlin, Yuri Ushakov, afirmou que “estamos começando a trabalhar em questões específicas”, visando a realização das conversas na próxima semana. Este cenário é crucial, especialmente considerando o prolongamento da guerra que já dura quatro anos.
O anúncio seguiu uma reunião prolongada entre Putin e o emissário de Trump, Steve Witkoff. Durante quase três horas, eles discutiram o futuro das relações entre os dois países. Trump, que claramente quer por um ponto final nessa guerra, não hesitou em ameaçar tarifas adicionais sobre o petróleo russo caso não haja um cessar-fogo até esta sexta-feira (8).
A frustração de Trump é palpável. Após seis chamadas com Putin desde fevereiro, ele não consegue progresso concreto. Apesar disso, a iminente cúpula representa um sinal de avanço, mesmo que Zelensky e seus aliados europeus temam que Trump possa ceder demais para alcançar um acordo.
Durante uma conversa recente, Zelensky revelou que ele e seus aliados discutiram “vários formatos” para as conversas de paz com Trump, incluindo reuniões bilaterais e trilaterais. “A Ucrânia não tem medo de reuniões e espera a mesma abordagem corajosa do lado russo”, enfatizou, demonstrando determinação.
A expectativa nos mercados financeiros ficou evidente, com investidores direcionando seus recursos para ativos que podem se beneficiar de um possível acordo. Os títulos em dólar da Ucrânia foram os que mais se valorizaram entre os mercados emergentes, refletindo um otimismo cauteloso.
Putin mencionou que os Emirados Árabes Unidos poderiam ser um local conveniente para o encontro com Trump, ressaltando que estaria disposto a se encontrar com Zelensky, mas apenas sob condições específicas que atualmente não existem.
Até o momento, a Casa Branca não se pronunciou sobre a cúpula. Trump, no entanto, demonstrou otimismo, afirmando que uma reunião com Zelensky e Putin para discutir a paz parecia “muito provável”.
Zelensky também se conectou com o chanceler alemão Friedrich Merz para alinhar posturas e assegurou que os conselheiros de segurança nacional da Ucrânia, EUA e Europa iriam se reunir online para discutir as próximas etapas.
O objetivo é claro: ambos, Ucrânia e Alemanha, querem encerrar essa guerra o mais rápido possível, com a esperança de uma paz digna. A maneira como isso será alcançado certamente moldará o futuro da segurança na Europa por muitos anos.
Trump, durante uma chamada com Zelensky e outros líderes europeus, se mostrou otimista sobre a possibilidade de um cessar-fogo, sugerindo que Putin pode estar aberto a negociações em troca de discussões sobre a troca de terras. As reivindicações territoriais de Putin incluem a Crimeia e partes das regiões de Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson.
Entretanto, a Ucrânia permanece firme: não está disposta a ceder nenhum de seus territórios e exige que a Rússia retire suas tropas e pague por todos os danos causados desde a invasão em fevereiro de 2022.
Os EUA já haviam sugerido a possibilidade de reconhecer a Crimeia como parte da Rússia, mas muitas questões permanecem em aberto, incluindo quais garantias de segurança seriam dadas à Ucrânia.
Por fim, Putin e Witkoff também abordaram as relações Rússia-EUA durante sua reunião, notando que elas poderiam ser desenvolvidas em “um cenário completamente diferente e mutuamente benéfico”. As próximas semanas certamente serão decisivas.

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