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Crise do tomate: ‘Ebola do tomate’ afeta economia da Nigéria!

Aumento drástico no preço do tomate devido a praga impacta a economia e provoca insatisfação popular na Nigéria.

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A recente escalada nos preços do tomate na Nigéria se tornou uma séria preocupação para as autoridades, que estão em meio a uma inflação de alimentos que chega a níveis alarmantes e já gerou protestos e saques em várias partes do país.

O Ministro da Agricultura, Mohammad Abubakar, afirmou em um post no X que a inflação de preços é consequência de uma devastadora praga conhecida como “Ebola do Tomate”, originada por um inseto semelhante a uma mariposa, que atacou a produção agrícola.

Em resposta, o governo mobilizou equipes de emergência para auxiliar os agricultores afetados e mitigar os danos o mais rápido possível.

President Tinubu’s Reforms Leave Nigerians Facing Surging Gasoline Prices and Rampant Inflation
Vendedora de tomates e pimentões no movimentado mercado Yaba em Lagos, Nigéria (Benson Ibeabuchi/Bloomberg)

Essencial na culinária nigeriana, o tomate viu seu preço disparar devido à severa escassez, conforme relato de comerciantes. Audu Isa, um vendedor em um dos maiores mercados de Abuja, revelou que o custo de uma pequena cesta de tomates subiu de 7.000 naira (US$ 4,70) em abril para incríveis 25.000 naira (US$ 16,80). Ele descreveu esse aumento como “o pior que já vivenciamos em uma década”.

Mas isso não para por aí! Em Jos, no estado de Plateau, os preços estão ainda mais chocantes, com uma grande cesta de tomates alcançando até 75.000 naira (US$ 50,5), quase 20 vezes mais que há apenas três meses.

O agricultor Joshua Lalong, de Jos, destacou que a escalada nos preços também se deve ao aumento dos custos de combustível, que tornam a agricultura praticamente inviável durante a estação seca. O presidente Bola Tinubu, ao assumir o cargo em maio, decidiu desvincular os controles de preço do combustível e optou por não reintroduzir subsídios, exacerbando a situação.

O panorama econômico da Nigéria é preocupante: uma família média destina mais de 50% de seu orçamento para alimentação. Assim, o aumento dos preços gera natureza explosiva na já tensa situação do custo de vida.

Recentemente, caminhões de suprimentos alimentares sofreram sequestros nas estradas rurais e soldados estão se mobilizando para proteger armazéns de grãos em grandes cidades, temendo saques por parte de nigerianos desesperados.

Em uma tentativa de conter a inflação, o governo estuda suspender tarifas de importação de alimentos essenciais e medicamentos por seis meses, mas o impacto da “epidemia de tomates” é um novo desafio a ser enfrentado.

Os tomates são cruciais na preparatória dos pratos nigerianos, como o tradicional arroz jollof, e representam um pilar na agricultura local. Segundo estudos da Universidade Cornell, mais de 200 mil pequenos agricultores nigerianos produzem tomates, colocando a Nigéria como o 2º maior produtor da África e o 12º no mundo, representando 20% do consumo diário de vegetais no país.

Além da praga do tomate e do caro custo de combustível, o clima também desempenha um papel crucial. Sani Danladi Yadakwari, líder de uma associação de produtores em Kano, maior estado produtor de tomate, afirma que o calor extremo faz com que muitos agricultores evitem plantar em épocas críticas. “O clima está tão opressivo, que aqueles que não querem perder suas colheitas evitam plantar em fevereiro ou março”, explica Yadakwari. “Esse ano, a oferta local já acabou e agora estamos esperando as chuvas para plantar uma nova safra”.

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