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Corte de verbas da TV pública nos EUA gera controvérsias e promete novos embates

A Câmara dos EUA aprova cortes de US$ 1,1 bilhão em TV pública, encerrando apoio a emissoras e mudando o cenário político e social.

Imagem da sede da NPR em Washington, DC
<p>A central da National Public Radio (NPR) localizada em Washington, DC (Bloomberg)</p>

O financiamento federal para a televisão e rádio públicas nos Estados Unidos, que se arrastou por meio século, encontrou seu fim abrupto após a Câmara aprovar um polêmico pacote de cortes de gastos de US$ 9 bilhões. Essa decisão foi impulsionada pela força-tarefa do Departamento de Eficiência Governamental liderada por Elon Musk.

Com uma votação apertada de 216 votos a 213, o destino da mídia pública agora reside nas mãos do presidente Donald Trump, que deve assinar o projeto. Entre as mudanças, destaca-se a drástica eliminação de US$ 1,1 bilhão em fundos para a radiodifusão pública, encerrando também diversos projetos de ajuda externa e a própria existência do Instituto de Paz dos EUA.

Russell Vought, diretor de orçamento da Casa Branca, pretende enviar novas medidas ao Congresso, utilizando um método que exige apenas 50 votos para aprovação no Senado, ao invés dos habituais 60 requeridos para projetos de gastos anuais.

A votação na Câmara foi marcada por atrasos, com os republicanos lidando com disputas internas sobre uma resolução pedindo a liberação de documentos do Departamento de Justiça relacionados a Jeffrey Epstein, o qual teve sua morte em uma prisão federal em 2019 após ser condenado por crimes sexuais.

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Impacto nas emissoras públicas

A Corporation for Public Broadcasting, responsável pelo financiamento do Public Broadcasting System e da National Public Radio, verá o término de seu financiamento federal a partir de 1º de outubro. Enquanto grandes estações metropolitanas provavelmente encontrarão formas de sobreviver através de doações e patrocínios, as estações rurais, em sua maioria menores, enfrentam o risco de fechamento.

Os republicanos, que por décadas têm buscado eliminar o financiamento para a PBS e NPR, argumentam que essas organizações se afastaram de sua missão original, acusando-as de tendenciosas contra as visões conservadoras. O senador Ted Cruz, do Texas, declarou com firmeza: “Se você deseja propaganda de esquerda, assista à MSNBC — mas não use o seu dinheiro, contribuinte, para isso”.

Por outro lado, defensores da radiodifusão pública, como a senadora republicana Lisa Murkowski do Alasca, sustentam que há maneiras de trazer melhorias no equilíbrio da cobertura política sem sacrificar a programação local de estações como as de seu estado. A America’s Public Television Stations, um grupo de lobby, alertou que o corte de verbas por parte do governo federal poderá dizimar a mídia pública, deixando comunidades sem acesso a informações e serviços importantes.

A senadora Susan Collins, presidente da Comissão de Apropriações do Senado, prometeu que tentará reincluir financiamento para emissoras locais em futuras legislações orçamentárias, embora exclua a NPR nacional, que considera tendenciosa.

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O risco de paralisação do governo

Os democratas acusam a aprovação deste projeto de cancelamento de décadas de bipartisanismo e alertam que isso poderá inviabilizar acordos futuros no Congresso. Chuck Schumer, o líder da minoria no Senado, advertiu: “Russell Vought agora disse em voz alta o que antes era secreto. Ele quer acabar com o bipartidarismo, destruir o funcionamento do Congresso e, consequentemente, minar nossa Constituição”.

Esse clima de tensão pode resultar em uma paralisação do governo, programada para ocorrer em 1º de outubro. Contudo, os republicanos minimizam a preocupação em relação a tal eventualidade, lembrando que Schumer já havia feito ameaças semelhantes anteriormente sem que medidas fossem efetivadas.

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