Recentemente, o governo do ex-presidente Donald Trump tomou uma medida drástica ao anunciar um corte de US$ 450 milhões em subsídios destinados à Universidade de Harvard. Essa ação ocorreu logo após o presidente da universidade criticar o governo por sua intenção de limitar liberdades fundamentais.
Esses cortes, divulgados na terça-feira (13) pela Força-Tarefa Conjunta para Combater o Antissemitismo, se somam a impressionantes US$ 2,2 bilhões em fundos federais que já haviam sido congelados no mês anterior.
Na segunda-feira (12), o presidente de Harvard, Alan Garber, fez questão de se dirigir à secretária de Educação, Linda McMahon, refutando as alegações de que a instituição apresenta um viés político. Ele destacou que a “intromissão” do governo representa uma ameaça direta às liberdades essenciais.
Os membros da coalizão governamental emitiram uma crítica contundente a Harvard em uma carta nesta terça-feira, alegando que a universidade não tem feito o suficiente para combater a “discriminação racial generalizada e o assédio antissemita”.
“Um campo que já foi um ícone de prestígio acadêmico agora se tornou um terreno fértil para a sinalização de virtude e discriminação. Isso é tudo, menos liderança; é, de fato, covardia. Isso não é liberdade acadêmica; é uma privação institucional”, afirmaram os oficiais.
O governo também direcionou suas críticas a outras instituições como Columbia, Princeton, Cornell e Northwestern, ampliando seu ataque aos projetos de diversidade dessas universidades. Entretanto, a Harvard tornou-se o foco principal das ações e discursos de Trump, que frequentemente insinuou que o Serviço de Receita Federal (IRS) deveria reconsiderar o status de isenção fiscal da universidade, citando suas atividades políticas.
O governo Trump lançou uma ofensiva contra a Harvard, avaliando negativamente a resposta da universidade à crescente onda de antissemitismo no campus, que ganhou espaço após o ataque terrorista do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023.
Um porta-voz de Harvard, até o momento, não respondeu a solicitações de comentários referentes aos cortes mais recentes.
Além disso, parlamentar republicanos propuseram na segunda-feira uma legislação que aumentaria significativamente a carga tributária sobre os fundos patrimoniais das universidades mais ricas dos EUA, incluindo Harvard. Essa proposta estabeleceria uma taxa de 21% sobre a receita líquida de investimentos dessas instituições, em comparação com a atual de apenas 1,4%.
No documento enviado a McMahon, Garber detalhou as mudanças vigentes em Harvard, que incluem revisões nos processos disciplinares, ações reiteradas contra o antissemitismo e esforços para promover a liberdade de pensamento e a expressão.
“As iniciativas de Harvard para alcançar esses objetivos encontram-se ameaçadas pela intromissão do governo federal nas liberdades constitucionais das universidades privadas e pelo desrespeito contínuo demonstrado pelo governo nas ações da própria Harvard”, argumentou Garber.
Por fim, na carta enviada, o governo indicou que a Harvard Law Review concedeu uma bolsa de US$ 65 mil a um manifestante que enfrentou acusações de agredir um estudante judeu em suas dependências, uma aprovação que, segundo a administração, foi “revisada e aprovada” por um comitê de professores.
“Um problema sério está afetando o campus de Harvard. Ao priorizar a apaziguação em vez da responsabilização, os líderes institucionais renunciaram legitimamente ao apoio que deveriam receber dos contribuintes”, concluíram os oficiais da força-tarefa do governo em sua declaração.

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