Recentemente, a tensão entre Israel e Irã ganhou uma nova dimensão, agora no campo digital, com uma série de ciberataques e espionagem que estão moldando a guerra moderna.
No dia 17, um grupo hacker apoiado por Israel reivindicou um ataque contra um dos principais bancos do Irã. A agência estatal IRIB confirmou que as estruturas críticas iranianas foram visadas por uma ofensiva cibernética. Apenas um dia depois, o mesmo coletivo anunciou ter penetrado na corretora de criptomoedas iraniana, a Nobitex.
A agência Fars, associada à Guarda Revolucionária Islâmica, revelou que o Irã foi alvo de mais de 6.700 ataques de negação de serviço (DDoS) em apenas três dias. Como resposta, o governo impôs restrições temporárias à internet, na tentativa de conter os ataques que inundam servidores com tráfego malicioso, tornando serviços e sites inacessíveis.
Na noite de terça-feira, usuários enfrentaram problemas de conectividade e instabilidade em redes privadas virtuais (VPNs). Também surgiram queixas sobre dificuldades em acessar serviços bancários, como caixas eletrônicos e plataformas online. A origem desses problemas ainda é incerta—se são diretamente ligados aos ataques ou a tentativas governamentais de desacelerar os danos.
Essas ofensivas marcam um novo capítulo na batalha digital entre os dois países, um confronto que já perdura por mais de vinte anos.
Informações do Google destacam que o Irã, em conjunto com aliados como o Hamas, tem promovido campanhas de phishing e operações de desinformação contra Israel, embora com resultados variados. Por outro lado, Israel é reconhecido como um dos líderes globais em ciberofensivas e tecnologia digital.
Um marco emblemático dessa rivalidade foi o Stuxnet, um vírus de computador que emergiu em 2010 e sabotou componentes do programa nuclear iraniano, amplamente atribuído a uma ação conjunta entre EUA e Israel.
O grupo hacker “Predatory Sparrow”, que nos últimos cinco anos realizou diversos crimes cibernéticos contra o Irã, voltou a fazer barulho. Na terça-feira, eles alegaram ter comprometido dados do Bank Sepah, argumentando que a instituição facilita a violação de sanções internacionais. No dia seguinte, também anunciou a invasão da Nobitex.
ZachXBT, especialista na área de blockchain, notou transações suspeitas na corretora iraniana, sugerindo um roubo superior a US$ 81 milhões em criptoativos.
A Nobitex confirmou a presença de acessos não autorizados em seus sistemas internos e em parte de suas hot wallets, embora tenha prometido ressarcir seus usuários. O Bank Sepah, entretanto, optou por não se manifestar.
Desde 2021, o Predatory Sparrow se destaca ao atacar sistemas estratégicos do Irã, incluindo ferrovias, postos de gasolina, uma siderúrgica e até mesmo revelando o telefone suposto do aiatolá Ali Khamenei.
O grupo também aposta em uma forte presença nas redes sociais, buscando impactar psicologicamente suas vítimas. Depois do ataque ao Bank Sepah, publicaram: “É isso que acontece com instituições que sustentam as fantasias terroristas de um ditador.”
©️2025 Bloomberg L.P.

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