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Cargill anuncia corte de 5% de sua força de trabalho global após queda nos lucros

A Cargill, líder em commodities agrícolas, planeja eliminar 5% de seus 164 mil empregos em resposta à pressão econômica. O que isso significa para o futuro da empresa?

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A , reconhecida como a maior comerciante de commodities agrícolas do mundo, está se preparando para uma onda significativa de cortes de empregos. A medida vem após a gigante, cujo centro está em Minneapolis, não atingir suas metas de lucro nas últimas avaliações financeiras.

De acordo com um memorando interno obtido pela Bloomberg, a empresa reduzirá cerca de 5% de sua força de trabalho global de 164 mil funcionários, como parte de uma estratégia abrangente que visa o horizonte de 2030. As fontes que relataram o assunto alertaram que os cortes não afetarão a equipe executiva.

O ambiente competitivo no comércio de grãos está se tornando cada vez mais desafiador. Concorrentes como Bunge e Archer-Daniels-Midland também relataram quedas significativas em seus lucros, especialmente após safras recordes que pressionaram os preços do milho e da soja. A Cargill ainda enfrenta uma situação crítica, com o menor rebanho de gado nos EUA em 70 anos. Isso é especialmente preocupante considerando que a empresa se posicionou como o terceiro maior processador de carne bovina do país.

“A maior parte dessas reduções deverá ocorrer este ano,” afirmou o CEO Brian Sikes no memorando. “Nosso foco será simplificar a estrutura organizacional, eliminando camadas, ampliando as responsabilidades de gerentes e reduzindo a duplicidade de funções.”

Vale lembrar que a Cargill já havia indicado previamente a intenção de reduzir suas unidades de negócios de cinco para três, já que menos de um terço das operações cumpriram suas metas de lucro no exercício fiscal de 2024. Além disso, cerca de 200 empregos foram eliminados na área de tecnologia em múltiplas localidades.

Os lucros da Cargill caíram para apenas US$ 2,48 bilhões no ano encerrado em maio, o que representa o menor resultado desde 2015-16, conforme relatado por Javier Blas, da Bloomberg Opinion. Este número representa menos da metade do recorde anterior de US$ 6,7 bilhões no exercício fiscal de 2021-22.

“Temos um plano claro para evoluir e fortalecer nosso portfólio, aproveitando as tendências promissoras à nossa frente, maximizando nossa competitividade e, acima de tudo, mantendo nosso compromisso em atender nossos clientes,” declarou a Cargill em comunicado à Bloomberg.

Sikes, que assumiu o cargo de CEO no ano passado, tomou as rédeas da empresa em um momento crítico. A ambição de seu antecessor no setor da carne bovina se mostrou problemática diante da enorme pressão sobre as margens de lucro. O chefe da concorrente Tyson Foods, Donnie King, revelou que ainda não há sinais de que os pecuaristas estejam prontos para reconstituir seus rebanhos.

“Precisamos tornar nossas operações mais simples e ágeis, aumentando a velocidade e a eficiência do nosso trabalho, gerindo custos e capital de maneira mais competitiva e, acima de tudo, atendendo aos pedidos de nossos clientes para sermos uma empresa mais fácil de trabalhar e com a qual se possa interagir,” afirmou Sikes no memorando. “A Cargill está determinada a se tornar a empresa de alimentos e agricultura mais influente globalmente. E antes do final dessa década, estaremos lá.”

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