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Campari demite CEO após apenas 5 meses em meio a crise de confiança

Matteo Fantacchiotti foi demitido do cargo devido a falhas na gestão e no relacionamento com o conselho. Entenda os detalhes dessa mudança repentina.

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Frascos de Aperol durante a cerimônia de lançamento de um novo espaço de marca da Campari para o Aperol, seu produto de maior sucesso, em Veneza, Itália, 30 de agosto de 2021. REUTERS/Manuel Silvestri/Imagem de Arquivo

A saída repentina de Matteo Fantacchiotti do cargo de CEO do grupo Campari marca um capítulo turbulento na empresa. O conselho do grupo, abalado por uma série de erros em gestão e comunicação, decidiu pela sua demissão após apenas cinco meses no cargo.

Desde o verão europeu, começaram a surgir dúvidas sobre a capacidade de liderar de Fantacchiotti. De acordo com fontes a par da situação, questionamentos sobre seu estilo de gestão ganharam destaque no momento em que o setor enfrentava uma desaceleração e o mercado pressionava por novas orientações.

A confiança dos membros do conselho foi severamente afetada após as ações da Campari caírem drasticamente na sexta-feira (13), uma consequência direta de comentários considerados pessimistas sobre o mercado dos EUA feitos por Fantacchiotti em uma conferência. Fontes anônimas afirmaram que seu discurso gerou desconforto entre os acionistas.

Posteriormente, a fabricante de bebidas se apressou em emitir um comunicado para esclarecer que as observações feitas pelo CEO estavam relacionadas a tendências gerais do setor, e não à perspectiva específica da empresa.

A despedia de Fantacchiotti, de 52 anos, foi caracterizada como uma decisão mútua. No entanto, as declarações de fontes concordam que a confiança havia se esvaído. A versão oficial da Campari, divulgada em seu anúncio de saída na quarta-feira (18), citou apenas razões pessoais.

Um representante da Campari optou por não comentar a situação, e Fantacchiotti não respondeu aos pedidos de esclarecimento.

Veterano da Indústria

Vale destacar que Fantacchiotti é um veterano respeitado na indústria de bebidas, tendo acumulado experiência em grandes empresas como Nestlé Waters, Diageo e Carlsberg antes de se juntar à Campari em 2020 como diretor-geral da região Ásia-Pacífico.

Seu breve mandato como CEO contrasta de maneira marcante com o período prolongado de seu antecessor, Bob Kunze-Concewitz, que foi fundamental na expansão da Campari por meio de várias aquisições e um renascimento no apelo por coquetéis italianos, como o Negroni e o Aperol Spritz.

A Campari anunciou também que Kunze-Concewitz liderará um comitê de transição para a nova liderança. Fontes internas afirmaram que o ex-CEO não demonstra interesse em reassumir a direção da empresa.

As ações da Campari mostraram uma reviravolta positiva e subiram até 8,6% em Milão nesta quinta-feira (19), revertendo suas perdas do dia anterior. Isso ocorreu após a revelação de que a Lagfin, maior acionista da fabricante de bebidas, manifestou a intenção de comprar até € 100 milhões (R$ 605 milhões) em ações da empresa.

Lagfin, que controla a Campari, é a holding da família Garavoglia, com sede em Luxemburgo. Essa movimentação sinaliza um voto de confiança no futuro da empresa, mesmo em meio a mudanças de gestão.

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