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Brics: A Nova Aliança que Fortalece Putin e Xi em Desafios Globais

A adesão aos Brics reflete a frustração com a ordem internacional dos EUA, enquanto países buscam novos caminhos em meio à crescente tensão global.

Bandeiras dos países BRIC
<p>Bandeiras dos países BRIC (Imagem: Bloomberg)</p>

Na última semana, enquanto o presidente russo Vladimir Putin e o primeiro-ministro chinês Li Qiang completavam encontros no Sudeste Asiático, o interesse das nações pela adesão ao Brics se tornava evidente. Este bloco econômico, visto como uma alternativa às instituições ocidentais, atrai novos membros em busca de proteção e novas oportunidades.

Durante uma conversa com a mídia chinesa, o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, anunciou sua intenção de se unir aos Brics, que agora conta com membros como Irã e Emirados Árabes Unidos, impulsionando sua influência no Sul Global. A Malásia alia-se assim a uma estrutura que promete financiar países em desenvolvimento sem depender da influência de Washington.

A Tailândia, tradicional aliada dos EUA, também expressou interesse em integrar os Brics, buscando uma nova plataforma de cooperação, conforme declarou o ministro das Relações Exteriores, Maris Sangiampongsa. A adesão ao bloco é uma estratégia para que nações do Sudeste Asiático gerenciem os riscos da crescente rivalidade entre Estados Unidos e China.

Esses países, que historicamente dependem da segurança e do comércio com os EUA, estão agora ampliando sua visão. A adesão aos Brics representa também uma forma de expressar a insatisfação com instituições financeiras ocidentais como o Banco Mundial e o FMI. O ex-ministro das Relações Exteriores da Malásia, Saifuddin Abdullah, destacou a necessidade de reformar a arquitetura financeira internacional, levando à percepção de que os Brics podem ajudar a equilibrar a situação.

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A Umanidade do Campo de Batalha em Questão

O crescente interesse no Brics também sinaliza a resiliência de Putin e Xi Jinping contra as tentativas ocidentais de isolá-los por conta da guerra na Ucrânia e da instabilidade em Taiwan. A determinação de Zelensky em buscar apoio na cúpula de paz na Suíça contrasta com a recente assinatura de um pacto de defesa entre Putin e a Coreia do Norte.

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Vladimir Putin e Xi Jinping (Foto: Bloomberg)

O Brics, que começou com apenas cinco membros, agora se expande com a inclusão de potências importantes, um movimento que a China considera essencial para aumentar sua influência global. A Indonésia, que vinha sendo cotada como uma possível nova integrante, ainda avalia sua entrada, refletindo um momento de cautela, mas o ímpeto por novas adesões permanece forte.

Ainda que os EUA e a Europa tentem barrar diálogos com Moscou, 12 países não membros, incluindo Cuba e Venezuela, participaram recentemente de um Diálogo dos Brics na Rússia. Isso demonstra uma inclusão ampla que abrange desde nações historicamente alinhadas aos EUA até aquelas que olham para o Oriente com interesse incrementado.

O Vietnã, por exemplo, apesar de suas relações recentes com os Estados Unidos, observa o desenvolvimento do Brics com grande atenção, sinalizando um desejo de participar ativamente nas novas dinâmicas globais. Em uma declaração, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores destacou que o Vietnã está preparado para contribuir para os mecanismos multilaterais regionais.

Depois da maior expansão na história do Brics, o bloco se prepara para convidar novos membros para sua cúpula em Kazan, na Rússia, dando ao governo russo a chance de reafirmar sua presença internacional. A Casa Branca, ciente dessa nova configuração, busca consolidar alianças na região com países preocupados com a crescente influência da China, mas essa estratégia pode ser um passo atrás à luz da crescente força dos Brics.

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Um Novo Horizonte de Oportunidades Financeiras

Os Brics não são apenas um grupo econômico; eles estão formando um sistema financeiro alternativo. Com um fundo de reservas de US$ 100 bilhões, os países são capazes de prestar assistência em emergências. O Novo Banco de Desenvolvimento, liderado pela ex-presidente Dilma Rousseff, já aprovou cerca de US$ 33 bilhões em financiamentos para infraestrutura desde 2015, um recurso vital para nações que têm enfrentado diminuição nos investimentos externos.

O sentimento negativo em relação a instituições como o FMI, que por vezes exacerbaram crises econômicas na região, alimenta ainda mais o interesse em se juntar aos Brics. O espaço de manobra para países em desenvolvimento está se estreitando, e a adesão aos Brics é uma tentativa de sinalizar uma política externa mais diversificada e independente.

Assim, enquanto o cenário geopolítico se torna mais turbulento, países do Sudeste Asiático e além estão cada vez mais se voltando para o Brics como uma solução viável para seus desafios econômicos e políticos. O impacto desta nova configuração no equilíbrio de poder global ainda está por ser completamente vislumbrado, mas já é claro que as dinâmicas mudaram.

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