Mais uma vez, os países do BRICS falharam em alcançar avanços significativos em seu sistema de pagamentos transfronteiriços, uma questão em debate há uma década.
No início de sua reunião no Brasil, hoje (6), os líderes reforçaram seu compromisso em intensificar as negociações para maior integração comercial entre os 10 países do bloco.
O comunicado declara: “Designamos nossos ministros da Fazenda e presidentes dos bancos centrais, quando necessário, a avançar nas discussões sobre a Iniciativa de Pagamentos Transfronteiriços do BRICS.” Um estudo elaborado pelo Banco Central do Brasil será apresentado na cúpula de dois dias que acontece no Rio de Janeiro.
Apesar das altas esperanças, o progresso ainda é lento. O comércio global está mudando de forma rápida, e o BRICS pode estar com um atraso difícil de recuperar.
Essa é uma oportunidade perdida, especialmente com o dólar sob constante pressão das políticas instáveis do presidente Donald Trump.
Desafios na Adaptação
O dólar registrou o pior começo de ano desde 1973; a guerra comercial e a hesitação do Federal Reserve (Fed) em cortar taxas de juros têm agitado os mercados, fazendo com que investidores busquem novas alternativas. Isso, paradoxalmente, proporciona uma vantagem para os mercados emergentes.
Embora haja um consenso entre os membros sobre a importância dos pagamentos transfronteiriços, uma ideia introduzida na cúpula de 2015, a implementação apresenta desafios técnicos consideráveis. Fontes próximas às discussões mencionaram que alguns sistemas bancários de países ainda não estão adequados.
Barreiras a Superar
Os diálogos envolvem a definição de mecanismos de pagamento, a escolha das moedas, a implementação da infraestrutura e o compartilhamento dos custos. Duas fontes apresentaram preocupações sobre a segurança dos sistemas integrados, reforçando que a recente expansão do BRICS trouxe dificuldades adicionais.
Além disso, várias moedas do bloco não são convertíveis, e as sanções impostas ao Irã e à Rússia agravam ainda mais as negociações. O custo de criar e manter um sistema unificado pode não valer a pena, considerando o que cada país já possui em termos de comércio bilateral, segundo uma delas.

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