As reações em Wall Street foram explosivas quando a notícia chegou: o presidente Donald Trump havia decidido suspender a maior parte de suas tarifas, colocando sua guerra comercial global em pausa. E o momento foi eletrizante.
“É real?!” gritou Jonathan Corpina, sócio-gerente sênior da Meridian Equity Partners, atônito. “Não conseguia acreditar no que via. Tudo aconteceu em um piscar de olhos.”
A Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) reagiu instantaneamente, com as ações disparando 7% em poucos minutos após a divulgação de que Trump suspendia parcialmente tarifas que impactavam dezenas de países. A movimentação foi de tirar o fôlego.
“Meu Deus!” exclamou Jay Woods, estrategista global-chefe da Freedom Capital Markets, que tem 35 anos de experiência no piso da NYSE. “Foi um choque total e impressionante.”
O índice S&P 500 fechou com um ganho absurdo de 9,5%, o maior desde outubro de 2008. Wall Street praticamente implorava por esse alívio, que na verdade é apenas um alívio temporário, programado para durar 90 dias.
Contudo, Trump manteve-se cauteloso com o entusiasmo dos traders. O mercado havia tirado um tombo com seu anúncio de tarifas do dia 2 de abril, resultando em uma queda de até 20% em apenas dois dias. Na quarta-feira, enquanto as ações flutuavam entre ganhos e perdas, a longa espera finalmente parecia ter chegado ao fim. Pela primeira vez, Trump decidiu dar uma pausa nas tarifas, que tinham entrado em vigor para 56 nações e a União Europeia.
“O pregão explodiu,” relatou Corpina. “Estávamos todos gritando: ‘O que é isso?’ ‘O que Bessent disse?’ ‘As tarifas foram suspensas?’ Gritávamos um para o outro, tentando confirmar se tudo era real.”
Entretanto, a apreensão ainda paira no ar: as tarifas base de 10% permanecem, enquanto Trump intensifica a disputa com a China.
“Crise evitada por enquanto, mas e agora?” indagou Woods. “O mercado de ações já sofreu danos significativos, e a recuperação será longa.”
Viver em meio a essa incerteza é o novo normal para os traders. Apesar da esperança trazida pela decisão de Trump, o futuro permanece nebuloso.
O risco de uma guerra comercial direta entre EUA e China ainda está presente, com os chineses impondo tarifas de 84% sobre importações dos EUA, em resposta às tarifas de Trump, que foram aumentadas para 125%.
“Estamos aliviados — por enquanto — mas já vimos isso antes,” disse Corpina. Com 30 anos de experiências no piso da NYSE, ele viu diferentes crises, desde a bolha das empresas de tecnologia até a crise financeira global de 2008 e a pandemia de Covid-19. “Uma manchete ou um tweet pode mudar tudo em um instante.”
Enquanto alguns investidores estavam se arriscando em ações mais voláteis, outros permaneciam cautelosos, optando por ações defensivas e pagadoras de dividendos, alimentando o ceticismo ainda presente no mercado.

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