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Bolsa Chinesa em Crise: Cai a Confiança, Mas Não Há Sinais de Recessão!

A crise nas bolsas chinesas se aprofunda, mas especialistas alertam: dados não mostram recessão econômica. Entenda o cenário.

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China moeda virtual criptográfica

As ações chinesas estão atravessando uma fase crítica, um mar de incertezas que tem desanimado investidores. A confiança no mercado despencou e o clima é de que a situação pode piorar antes de mostrar qualquer sinal de melhora.

O cenário pessimista se intensifica com a lenta recuperação econômica, uma moeda em desvalorização e tensões contínuas com os Estados Unidos. Os motivos para compra estão escassos, e o sentimento entre os investidores é alarmante.

Os investidores que outrora viam oportunidades estão agora recuando, redirecionando seus portfólios enquanto aguardam um vislumbre de recuperação. Esta mudança é um retrato claro do que se pensava no início do ano, quando muitos analistas projetavam uma alta no mercado.

Em maio, o Hang Seng China Enterprises Index viu uma queda superior a 6% e figura entre os piores desempenhos entre 92 índices globais monitorados pela Bloomberg. No último dia 30, as ações listadas em Hong Kong estavam a um passo de um território absolutamente negativo, com perdas que chegavam a 20% desde seu pico em janeiro. Além disso, o índice CSI 300 onshore simplesmente apagou todos os ganhos acumulados em 2023.

Willer Chen, analista sênior da Forsyth Barr Asia Ltd., ressalta que “não existem notícias positivas e as dificuldades enfrentadas pelos investidores são reais”. Esta situação é alarmada pelo desempenho insatisfatório de dados macroeconômicos em abril. A tensão na relação sino-americana continua a ser um fator de paralisia para o mercado.

Dados recentes demonstram um desempenho abaixo do esperado em setores como manufatura e inflação, indicando que a recuperação pós-Covid pode estar falhando. O yuan já perdeu força, superando 7,1 pela primeira vez desde novembro, inteferindo até mesmo nos investimentos estrangeiros.

A tendência de fundos globais em reduzir suas participações nas ações do continente parece se consolidar, o que não ocorria desde outubro. As vendas de fundos internos caíram para níveis alarmantes, semelhantes aos observados após o colapso do mercado em 2015, como reportado pelo Shanghai Securities News.

Pelo menos uma gestora, comprometida com a confiança no mercado, decidiu investir em seu próprio fundo de ações enquanto o cenário é negativo. A China Southern Asset Management anunciou que quatro de seus gerentes de portfólio adquiriram 1 milhão de yuans (aproximadamente US$ 141.280) em seus próprios produtos, reafirmando a crença no crescimento sustentável do mercado chinês.

No entanto, uma reavaliação das classificações é visível: a equipe global de alocação do Citigroup reduziu sua classificação de overweight na China para neutro, e o estrategista do Jefferies Financial Group, Christopher Wood, fez o mesmo, diminuindo a alocação por segunda vez em menos de duas semanas na região da Ásia-Pacífico, exceto Japão.

Economia Chinesa Sem Sinais de Recessão

David Chao, estrategista global da Invesco, aponta que “apesar do desânimo entre os investidores, essa venda é exagerada. A economia chinesa não está à beira de uma recessão, ao contrário do que os movimentos recentes no mercado indicam.”

Segundo analistas do Bank of America, o futuro próximo reserva uma negociação limitada para as ações, dada a escassez de diretrizes. No entanto, os baixos índices de expectativa podem criar uma oportunidade para reavaliações significativas com o surgimento de catalisadores positivos, conforme apontado por Winnie Wu e sua equipe.

O indicador HSCEI, após uma queda de 1%, fechou com um modesto aumento de 0,5%. Curiosamente, chegou perto de anular metade de seu rali de reabertura entre novembro e janeiro anterior. O índice CSI 300 conseguiu um leve ganho de 0,1%, revertendo suas perdas mais cedo no dia.

Ainda que alguns setores, como tecnologia de inteligência artificial e empresas estatais, tenham demonstrado crescimento nas últimas semanas, isso não foi o suficiente para transformar a tendência geral do mercado.

A atenção está agora voltada para os dados de maio da indústria e dos serviços na China, que serão divulgados na quarta-feira. A expectativa é de que o setor industrial continue a enfrentar dificuldades, enquanto a expansão dos serviços provavelmente desacelerará.

O BNY Mellon Investment Management também se posiciona com cautela, sugerindo uma estratégia neutra na China. Em nota, Aninda Mitra, chefe de estratégia macro e de investimento da Ásia, observou que a decadência do impulso macroeconômico força uma reavaliação de sua estratégia de overweight no MSCI China, que já acumula perdas superiores a 20% desde janeiro.

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