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Biden reafirma candidatura e promete vencer Trump em comício decisivo

Biden afirma com firmeza: ‘Estou permanecendo na corrida e vou vencer Donald Trump’ durante evento em Wisconsin.

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Presidente Joe Biden em uma cerimônia na Casa Branca em Washington, na quarta-feira, 3 de julho de 2024. Fotógrafo: Tierney L. Cross/Bloomberg

O presidente Joe Biden fez uma declaração ousada: ele está firme na corrida presidencial e enfrentou os esforços para tirá-lo do caminho durante um vibrante comício em Wisconsin. Esse evento sinaliza o início do aclamado esforço para restaurar a confiança dos eleitores, doadores e autoridades do partido, que permanecem céticos acerca de sua capacidade de liderar.

“Deixe-me ser claro, estou na corrida até o fim”, enfatizou Biden, 81 anos, em uma parada de campanha na capital do estado, Madison. “Eu vou vencer Donald Trump.”

Durante um discurso que abordou diretamente suas questões de idade, ele respondeu a aqueles que pediam para que ele abandonasse a candidatura, afirmando que tais pedidos tentam desprezar a vontade dos eleitores nas primárias democratas. Ele assegurou que sua idade não interferiria em sua luta pelos direitos ao aborto ou em legislações de controle de armas.

“Vejo constantemente informações sobre meu suposto envelhecimento”, declarou Biden. “Mas deixem-me esclarecer: eu não era velho demais para criar mais de 15 milhões de novos empregos.”

Este evento marca o início de um fim de semana crucial na trajetória política de Biden, que deve ter em mente que qualquer deslize pode ser devastador para sua campanha de reeleição. A parte mais importante será uma entrevista mais tarde nessa sexta-feira com a ABC News, que dará aos eleitores e aliados uma visão sem cortes e sob pressão do presidente desde sua aparente hesitação no confronto com Trump, candidato republicano.

Biden precisa demonstrar que pode canalizar parte do humor e energia que apresentou na tarde de sexta-feira, mesmo sem um teleprompter. Ele interagiu com a multidão, alegando ter apenas 40 anos, e zombou das gafes cometidas por Trump, incluindo a famosa declaração de 2019 de que o Exército Continental “capturou os aeroportos” dos britânicos para vencer a Guerra de Independência dos Estados Unidos.

“E ainda alegam que eu cometo erros?”, questionou Biden.

Seu discurso, no entanto, não foi isento de alguns tropeços, como quando afirmou que derrotaria Trump “novamente em 2020” antes de corrigir-se para 2024.

Ainda assim, sua apresentação — marcada pela música “I Won’t Back Down” de Tom Petty durante sua saída — pode trazer algum alívio a apoiadores que, desde o debate, tentam freneticamente revitalizar sua campanha.

“Aprendi que, quando você cai, deve se levantar”, afirmou Biden. “Não deixarei que um debate de 90 minutos apague três anos e meio de trabalho.”

No entanto, não há garantias de que Biden consiga pacificar os inquietantes nervos dos democratas preocupados, que há anos veem Trump como uma ameaça existencial à nação.

Resfriado

Uma série de justificativas apresentadas tanto pelo presidente quanto pela Casa Branca — incluindo que ele enfrentava um resfriado, estava exausto com as viagens e não dormia adequadamente — apenas reforçou as dúvidas se Biden, aos 81 anos, pode ser um “líder do mundo livre” por mais quatro anos.

Embora os líderes do partido e governadores importantes tenham hesitado em pedir publicamente que o presidente recue, eles reconheceram as preocupações legítimas sobre sua capacidade de gerenciar o cargo.

Doadores significativos do Partido Democrata afirmaram que poderiam reter ou redirecionar seus recursos a menos que Biden se retirasse, enquanto os parlamentares debatem se devem se unir e exigir uma mudança no topo da chapa.

O presidente admitiu a aliados que outro ocorrido desastroso nos próximos dias exigiria uma reavaliação sobre sua participação na corrida, segundo informações do New York Times. Contudo, a Casa Branca e a campanha desmentiram tal relato.

Cúpula da Otan

Biden também precisa focar em fortalecer suas relações com líderes internacionais que se reunirão em Washington na próxima semana para a cúpula que marca o 75º aniversário da Otan. Sua atuação no debate despertou uma onda de preocupação nas capitais globais, com diplomatas reportando casos em que a idade de Biden se fez notar durante reuniões internacionais decisivas.

Ao mesmo tempo, Trump está em ascensão, com uma série de eventos programados que podem aumentar ainda mais sua vantagem.

O candidato republicano planeja realizar comícios na Flórida e na Pensilvânia na próxima semana e insinuou que está prestes a anunciar seu candidato a vice. Após isso, os republicanos se reunirão em Milwaukee para nomear Trump como candidato presidencial pela terceira vez consecutiva.

Atualmente, Trump possui uma vantagem de 48% a 42% entre os eleitores, segundo uma pesquisa divulgada na quarta-feira pelo Wall Street Journal, com oito em cada dez norte-americanos afirmando que Biden é muito velho para buscar um segundo mandato. Essa é a maior vantagem que Trump, 78 anos, alcançou sobre Biden neste ano.

A campanha de Biden anunciou planos de investir US$ 50 milhões em mídia paga no mês de julho, com estratégias para comprar tempo comercial durante eventos importantes, como os Jogos Olímpicos e a cobertura da convenção republicana.

Biden também está programado para visitar o sudoeste no final deste mês, buscando votos junto a eleitores negros e latinos, participando das conferências da NAACP e da UnidosUS em Las Vegas. A vice-presidente Kamala Harris, por sua vez, participará do Essence Festival em Nova Orleans e fará discursos nas reuniões anuais de duas irmandades negras históricas.

Além disso, Biden “participará de momentos frequentes e improvisados ao longo do mês”, conforme indicado pela campanha, refletindo uma preocupação implícita sobre sua capacidade de lidar com situações não planejadas.

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