A situação entre Israel e Irã fica cada vez mais tensa à medida que a campanha israelense para anular as capacidades nucleares iranianas avança sem sinal de trégua. Desde a sexta-feira, os ataques aéreos e os disparos de mísseis tornaram-se frequentes, resultando em fatalidades e aumento do temor de um conflito em larga escala.
No terceiro dia de combates, Israel intensificou sua ofensiva atingindo alvos em Teerã no domingo (15), ao mesmo tempo em que o Irã retaliava com ondas de drones e mísseis. De acordo com os serviços de emergência, 14 israelenses foram mortos e quase 400 ficaram feridos em decorrência dos ataques iranianos, enquanto o governo iraniano reportou ao menos 80 mortes em seu território, embora esse número não tenha sido atualizado desde sábado.
A dúvida persiste: os Estados Unidos permanecerão à margem? Apesar de negarem envolvimento em qualquer ação ofensiva de Israel, as declarações de Donald Trump insinuam uma possível participação, principalmente na destruição de Fordow, a instalação nuclear mais fortemente protegida do Irã. Especialistas afirmam que Israel sozinha não possui poder de fogo suficiente para tal tarefa.
Trump, que foi eleito em parte para evitar novas guerras, afirmou no domingo que “é possível que nos envolvamos”. Contudo, ele não indicou uma ação imediata, ciente de que um ataque iraniano aos interesses americanos poderia acionar uma resposta mais robusta.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se esquivou de perguntas sobre a solicitação de bombas de penetração aos EUA, mas deixou claro que Israel possui “várias cartas na manga”. Reiterou: “Estamos absolutamente determinados a eliminar essa ameaça”.
O Irã, por sua vez, informou que ainda não utilizou seus arsenais mais sofisticados contra Israel, de acordo com a agência de notícias Fars. Também há relatos de que Trump desencorajou uma tentativa de eliminar o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, após receber uma solicitação de oficiais israelenses.
A situação continua a se agravar. O Ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou que os alvos agora incluem todo o “regime de Teerã”. Embora autoridades israelenses neguem que pretendam promover uma mudança de regime, Netanyahu instiga os iranianos a se revoltarem contra seus líderes.
No mercado financeiro, as reações foram drásticas. As bolsas do Oriente Médio, incluindo na Arábia Saudita, Egito e Catar, registraram quedas, enquanto a libra egípcia desvalorizou cerca de 1,8%. Em contraste, o mercado israelense se manteve forte, liderado pela empresa de defesa Elbit Systems Ltd.
Apesar das tensões, Trump exortou Israel e Irã a buscar um acordo, declarando: “Em breve, teremos PAZ entre Israel e o Irã!”. O ministro iraniano, Abbas Araghchi, respondeu que mensagens dos EUA não são suficientes e exigiu uma condenação clara às ações israelenses.
Explosões em várias instalações iranianas levantaram preocupações sobre um aumento nos preços globais da energia, especialmente em um contexto onde a demanda já estava em alta. A Agência Internacional de Energia Atômica também reportou danos significativos na instalação de conversão de urânio.
As relações se deterioram. O regime da Irã intensificou críticas à Agência Internacional de Energia Atômica, ameaçando suspender a cooperação. A Fundação de Situação Nuclear no Irã revelou que um comitê está considerando a possibilidade de abandonar o Tratado de Não Proliferação Nuclear.
A guerra fria entre Israel e Irã chegou a um novo patamar. Já não são apenas as ações furtivas de antes, mas agora um confronto aberto. Este último ataque israelense, contudo, tem como foco a destruição das capacidades nucleares do Irã, um passo que Israel considera vital para sua segurança.
O dilema dos líderes iranianos é claro: não podem se mostrar fracos, mas as opções estão se esgotando. O apoio de aliados como Hezbollah se mostra limitado, dado o impacto das ações de Israel nos últimos anos.
Em meio a esta escalada, os mercados globais reagiram, com o preço do petróleo subindo drasticamente. O Irã, por sua vez, cancelou uma rodada de negociações nucleares com os EUA, embora Trump ainda considere a possibilidade de um acordo.
O alerta de líderes mundiais e do presidente russo, Vladimir Putin, enfatiza a urgência da situação. A Alemanha, França e Reino Unido permanecem dispostos a dialogar com o Irã, enquanto o mundo observa de perto as movimentações estratégicas na região.
Se o conflito extrapolar para o ataque a interesses dos EUA, Teerã poderá encontrar mais desafios do que soluções. E a economia iraniana, já fragilizada, pode não suportar mais tensões.

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